Após muitas semanas com seus donos em casa, cães e gatos acabam se acostumando com a presença dos humanos em tempo integral. No começo, os pets podem estranhar e ficar ansiosos – os cachorros, por não poderem passear na rua, e os gatos , por não terem tempo "sozinhos". Mas depois de um tempo, e com certos cuidados, os animais de estimação acabam entendendo que o dono passará mais tempo ao lado deles.
Porém, na hora de voltar ao trabalho com o fim do isolamento social causado pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), os pets também podem sofrer com a mudança repentina. Quem estava ali o tempo todo, volta a passar horas fora, e os animais podem estranhar e começar a agir de forma diferente. Por isso, Ricardo Ueda, educador pet da AmahVet, explica um pouco sobre o comportamento dos cães e gatos nesse momento.
"Os cães assimilam a rotina da casa, então se acostuma com donos que saem de manhã e voltam no final da tarde", explica. "Se, de repente, os donos resolvem fazer uma viagem e ficam uma semana ou vários dias ausentes, e não é possível levar o cão , ele vai sentir muita falta e poderá apresentar algum comportamento depressivo", conta Ricardo.
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Como preparar o cachorro para a volta à rotina
É necessário adaptar o animal ao perceber que, em breve, você voltará a passar muitas horas fora de casa. "Devemos preparar o pet da seguinte forma: comece a isolar o cão em alguns momentos durante o dia. Inicie com 30 minutos, duas a três vezes ao dia, durante dois dias seguidos", aconselha o educador. "No outro dia, aumente para uma hora, e no outro dia, duas horas. Aproveite aqueles momentos que você realmente precisa sair de casa, e também diminua gradativamente a interatividade e as brincadeiras diárias", completa.
Ricardo ainda alerta para a possibilidade do animal desenvolver síndrome de separação. Esse problema significa que o cão ou gato começará a ter comportamentos diferentes, podendo destruir objetos da casa, latir muito, e até se machucar por sentir falta do dono. "Se mesmo tomando todos os cuidados e fazendo esta preparação o seu pet desenvolver depressão, ou no estágio mais avançado, a síndrome de separação, o ideal é levá-lo a um profissional", diz.
Assim, o veterinário ou educador animal poderá traçar o perfil do seu bichinho, fazendo uma análise detalhada do comportamento dele, e iniciar um tratamento terapêutico natural. "Alguns exemplos do que usamos são: florais, aromaterapia ou música", finaliza Ricardo.
Vale lembrar que não são apenas cães que sofrem com a mudança repentina da rotina dos donos. Gatos, aves, e outros pets podem ter mudanças comportamentais, e devem receber os mesmos cuidados que os cachorros. O ideal é não fazer com que o pet sofra um choque psicológico .