O bem que os cães fazem para seus donos já é algo comprovado, não à toa, cada vez mais esses animais estão sendo utilizados como companheiros emocionais ou na ajuda de tratamentos médicos por pacientes hospitalares e pessoas com problemas psiquiátricos, como síndrome do pânico, depressão e ansiedade. Mas como esses pets são habilitados a prestar estes serviços de ajuda aos humanos?
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Bruno Groba, especialista em comportamento animal da Groba Family Adestramentos, explica que existe diferença entre cachorros terapeutas e cães de assistência emocional. “O cão terapêutico vai num asilo, hospital, ou trabalha com psicólogo, fonoaudiólogo. Ele vai voluntariamente naquele lugar e não tem nenhum tipo de treinamento específico, só distrair e animar as pessoas”, conta Bruno. As únicas exigências para esse trabalho são as vacinações em dia e um temperamento tranquilo e amigável.
Já os cães de assistência emocional são semelhantes aos cães de serviço (como cão guia, por exemplo). “O cachorro de assistência emocional é do tutor que adquiriu aquele cão, e por laudo medico ele pode levar o pet em todos os lugares, desde shoppings até voos, sem obrigatoriedade de caixa de transporte”, completa o adestrador.
No Brasil não existe uma certificação nacional para treinar uniformemente esses cães. “Pelo ponto de vista técnico isso é um sério problema, pois não conseguimos ter um padrão no treinamento destes cachorros e nas autorizações para utilização destes animais para esses tipos de serviço”, conta. Se nos Estados Unidos o pet recebe um “diploma” que o habilita a ser um animal terapêutico, aqui isso não é necessário.
Bruno também alerta para outro assunto que deve ser motivo de preocupação para possíveis tutores de cães terapêuticos : os canis duvidosos. “Outro problema que temos sem ter esta certificação são os criadores irresponsáveis, que vendem filhotes afirmando que a raça tem as características desejadas para realizar estes serviços, mas eles não têm nenhuma metodologia ou estudos para conseguir realizar estas afirmações.”
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Portanto, depois de adquirir um cão de forma responsável, para torná-lo apto aos serviços de terapia ou assistência emocional, é preciso procurar alguém com experiência para tal. “Hoje, no Brasil, temos alguns treinadores que habilitam cães de assistência, porém cada treinador utiliza uma metodologia e avaliação diferentes para formação destes animais”, explica.
Mesmo com essas dificuldades é importante dar valor ao trabalho dos pets. “Temos que lembrar que os trabalhos realizados por esses cães são fundamentais e de grande valor para seus tutores, no caso do cachorro de assistência emocional, e para os que recebem aqueles animais, no caso de cães terapêuticos”, finaliza.
Com isso, caso queira transformar seu animal de estimação em um cão de terapia , o melhor caminho é procurar um adestrador que trabalhe com esse tipo de comportamento, sempre visando o bem estar do pet e das pessoas que o receberão.