Assim como acontece com os humanos, o fígado dos cães cumpre várias funções: é essencial para a digestão, absorção, metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas, e armazenamento da maioria dos nutrientes no organismo. Assim, o mau funcionamento desse órgão pode causar desordens metabólicas sérias, resultando na alteração da utilização dos nutrientes.
A boa notícia para donos de cachorros com problemas hepáticos é que o fígado dispõe de uma capacidade de regeneração extraordinária e a nutrição pode auxiliar no tratamento dos pets debilitados.
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Para que o tratamento seja feito da forma correta e o cachorro hepático tenha uma dieta adequada com a sua condição, o dono precisa ficar atento nos sinais. Os sintomas mais comuns são:
- Náusea e vômito;
- Perda de apetite e perda de peso;
- Má-digestão e desnutrição;
- Diarreia;
- Fezes pálidas (mais claras que o comum);
- Ascite (acúmulo de líquido no abdome);
- Icterícia ;
- Encefalopatia hepática;
- Distúrbios de coagulação sanguínea;
- Hipermetabolismo;
- Hipoalbuminemia.
Além disso, outro ponto que o tutor precisa ficar atento é a raça do pet . Algumas de cães e gatos apresentam predisposição para doenças hepáticas. São elas:
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- Cães: cocker spaniel, yorkshire terrier, west highland white terrier, doberman, pinscher, maltês, labrador retriever, dálmata e poodle.
- Gatos: persa, siamês, abissínios e himalaios.
A importância da nutrição no tratamento de hepatopatias
O suporte nutricional desempenha papel chave no tratamento de animais com doença hepática, a fim de se evitar a desnutrição, consequência muito comum em pacientes com hepatopatias e que pode levar o animal ao óbito. Por isso, é determinante manter o estado nutricional de pacientes que possuam algum tipo de doença hepática.
As principais abrodagens nutricionais para pets hepatopatas são:
- Proteínas: não necessariamente se deve reduzir os teores protéicos da dieta de um paciente com doença hepática. O fornecimento de um alimento com proteína de alta qualidade é fundamental para se evitar desnutrição e permitir a regeneração hepática. O correto é tentar manter a quantidade de proteínas o mais próximo possível dos níveis normais. A restrição protéica só deve ser instituída caso o animal apresente sinais de encefalopatia hepática.
- Gordura: a dieta deve ser rica em calorias e a restrição da gordura deve ser considerada apenas em casos de colestase severa.
- Fibras: quantidades moderadas de fibra dietética contribuem com a redução da absorção de amonia pelo intestino grosso.
- Antioxidantes: o aumento do zinco e outros antioxidantes como o selênio e vitamina E minimizam o estresse oxidativo que ocorre nas hepatopatias, aumentando a proteção das células contra os radicais livres.
- Balanço eletrolítico: a redução do sódio auxilia na prevenção do extravasamento de líquidos por causa da hipertensão portal e o nível adequado de potássio previne a hipocalemia, que pode contribuir com a anorexia e encefalopatia hepática.
- Número de refeições diárias: é recomendado pelo menos 5 refeições diárias, pois isso favorece a adequada metabolização de nutrientes pelo fígado e sua recuperação.
O uso de alimentação natural pode ajudar
O uso de um alimento natural (AN) formulado e balanceado para atender as demandas nutricionais de hepatopatas pode ser muito interessante, já que a desnutrição está intimamente relacionada com a perda de apetite dos animais com problemas no fígado. Isso porque a AN acaba tendo maior sabor e incentivam o consumo.
Além disso, o uso de alimentação natural permite escolher ingredientes de altíssima qualidade, com alto valor biológico e ajustado para as preferencias individuais de cada paciente.
Existem vários tipos de doenças hepáticas e o correto diagnóstico ajuda a direcionar o perfil nutricional adequado para a recuperação de cada paciente. Por isso, a orientação de um médico veterinário nutrólogo deverá ser considerada.