Os animais de estimação fazem parte da vida e da família de seus donos , logo após a chegada nos lares eles já se tornam essenciais. Isso é ainda mais visível quando o pet escolhido é o cachorro, que tende a ser mais companheiro e carinhoso por natureza. As preocupações da família também se tornam outras, o bichinho fica doente, tem que passear algumas vezes na semana. Durante os aproximadamente 12 anos da vida de um cachorro ele se torna um verdadeiro filho para seus donos e, infelizmente, se tudo acontecer da forma natural, esses pais terão de se perguntar "meu cachorro morreu, e agora?" em algum momento.
De fato lidar com a morte de um animal ou de qualquer pessoa que amamos é uma tarefa muito difícil e dolorosa. Não existe idade: quando o amigo vai embora, adultos e crianças entram em um processo de luto e a maior parte não sabe exatamente como lidar com isso. Apenas continuam se perguntando, "porque meu cachorro morreu ", "porque ele?".
O primeiro ponto a ser abordado nessas situações é que esse é um acontecimento completamente normal, que segue a ordem e o caminho da natureza. Tente transformar tudo que está passando como um aprendizado para conviver com outras perdas de maneira mais saudável no futuro. Para isso saber lidar, vale a pena conhecer bem sobre todo o sentimento envolvido com a morte de um pet , mesmo se for para apenas ajudar quem está passando por esse momento difícil.
Mas afinal, o que é luto?
Se o assunto do qual estamos falando é o luto , o primeiro passo é compreendê-lo melhor. A psicologia entende como luto a angústia decorrente da morte de um pet, de uma pessoa ou até algo abstrato (por exemplo, quando alguém termina um relacionamento, também pode vivenciar essa experiência, justamente por ter perdido a relação que tinha com a outra pessoa).
O luto não é um sentimento único, mas sim o processo sentimental que começa a partir de uma perda e que tem diversas manifestações: tristeza, raiva, questionamentos, revolta, choro, indisposição e muitos outros. É importante entender que em cada pessoa o luto se manifesta de uma forma e por ser um processo bem individual, alguns o sentem com mais e outros com menos intensidade.
Portanto, quando a família vivencia a morte do animal de estimação, é possível que o adulto sinta com mais intensidade do que a criança, por exemplo. Isso não significa que o afeto da criança pelo bichinho fosse menor, mas sim que, para ela, o luto tem uma característica mais “leve”.
Quanto tempo dura o luto por um cachorro?
Como dissemos, o luto é uma experiência individual de cada um, por isso, é difícil mensurar o quanto ele vai durar. No geral, o mais comum é que, em relação à morte de um pet, ele persista por até um ano, podendo também melhorar em poucos meses. Os especialistas afirmam que o luto por um familiar de sangue e próximo (como pais, filhos, avós) dura de um a três anos e que, nas demais situações, o processo se finda em até um ano. Mesmo com essa padronização, continua sendo algo relativo, portanto, se você perceber que já fez um ano que o pet morreu, mas mesmo assim o luta continua sendo manifestado, não há motivos para se preocupar.
O tempo de luto também está relacionado ao tempo que o animal passou com a família. Exemplo: quando ele foi adotado ainda filhote e cumpriu todo o seu ciclo de vida natural, morrendo com cerca de 15 anos, é natural que ele tenha passado por muitas coisas junto com os familiares, o que aumenta o apego de todos e aumenta ainda mais o luto.
Mas, façamos uma ressalva: existem pessoas que realmente se apegam bastante ao animal e que têm mais dificuldades em lidar com as perdas. Portanto, se o luto e aquela pergunta "porque o meu cachorro morreu?" estiver atrapalhando o indivíduo de viver, seja profissional ou socialmente, é sempre interessante buscar apoio na psicoterapia. Existem terapeutas que são especializados em experiências de luto e podem ajudar o paciente a elaborar melhor os seus sentimentos.
Como lidar com o luto?
Se você ou sua família perder o animal de estimação ou se passou por isso recentemente, existem algumas atitudes que podem ajudar a atravessar esse momento de uma forma menos dolorosa. Vamos ver quais são elas e como aplicá-las na prática.
1. Vivenciar todas as fases do luto
Diferente do que muitos pensam, é fundamental viver o luto de imediato. Tentar reprimir esse sentimento pode trazer consequências muito graves no futuro, portanto, não assuma essa postura jamais. Quando ocorrer a morte de um pet, é preciso chorar, desabafar, refletir, sentir a perda. Algumas pessoas têm a necessidade de chorar, outras repetem para si mesmas "porque o meu cachorro morreu? Nós não merecíamos isso" e outras preferem falar sobre o ocorrido, por isso cada um deve vivenciar da sua forma.
No geral, o luto perpassa cinco fases: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Não quer dizer que, necessariamente, todas as pessoas passem por todas elas, mas por algumas delas, certamente. Por isso, seja qual for a etapa em que você estiver, não tente se enganar ou camuflar seus próprios sentimentos.
2. Não se sentir culpado
A culpa é outro sentimento que faz parte do luto, e quando a perda é de um animal, ela pode ser ainda mais intensa, porque existe aquela sensação de que o pet é totalmente dependente dos cuidados que lhe são oferecidos. Alguns acham que não tomaram conta dele o suficiente, outros sentem que poderiam ter passado mais tempo com o animal de estimação.
Procure pensar o seguinte: a morte é uma das etapas naturais de todos os seres vivos. Isso significa que o seu bichinho cumpriu o ciclo de vida dele e isso aconteceria independente de qualquer coisa que você tivesse feito. Foque nos bons momentos que tiveram juntos e em tudo que aprendeu cuidando dele.
Lembre-se de que você tinha amor pelo seu animal, portanto, jamais faria algo que provocasse o sofrimento ou a morte dele. Isso é o suficiente para perceber que não teve culpa do que aconteceu.
3. Realizar um ritual de despedida
Quando um ente querido morre, existe todo um ritual, seja ele enterrado ou cremado, que permite que todos se despeçam e prestem as suas últimas homenagens. Aqui no Brasil, esse nicho ainda não é muito popular, mas já existem empresas que cuidam dos rituais de despedida dos animais de estimação.
Para algumas pessoas, esse é um momento muito importante para absorver a ideia de que o amigo partiu e até uma oportunidade de vivenciar o luto, como dissemos no primeiro tópico. Afinal, é nos velórios que as pessoas costumam chorar e dizer como estão se sentindo em relação ao ocorrido. Portanto, se você sentir essa necessidade e achar que pode ajudar na aceitação do "meu cachorro morreu", é interessante fazer esse ritual.
Alguns até sentem que realizar uma “despedida digna” é a última obrigação para com o animal que trouxe tantas alegrias para a família. Se você encara dessa forma, vá em frente, mas esteja preparado para ter alguns gastos. Caso não consiga encontrar nenhuma empresa que possa lhe ajudar ou se em sua cidade não houver um cemitério para animais, você mesmo pode organizar uma cerimônia junto com a família e enterrar o corpo em sua propriedade.
4. Fazer uma boa ação
Que tal transformar esse processo tão doloroso em algo positivo? Infelizmente, nada pode ser feito pelo animal que partiu, mas existem tantos que precisam de ajuda. Se em sua cidade existir uma ONG ou entidade que cuide de animais abandonados, por exemplo, você pode ir até lá com a sua família e fazer a doação de brinquedos, roupinhas, ração, comedouro e bebedouro em memória do seu pet.
5. Adotar outro animal de estimação
A morte do pet é muito difícil, portanto, não tente compensá-la com outro animal. Mas, quando sentir que é o momento apropriado para tirar da cabeça o pensamento de "meu cachorro morreu", adote outro. Além de dar um lar a ele, é uma chance de reviver os sentimentos de carinho e afeto que se estabelecem entre as pessoas e seus bichinhos de estimação.