Gato só come na companhia do tutor? Veja como resolver isso

É comum que os felinos só se alimentem quando os tutores estão por perto, mas essa dependência pode gerar problemas

Mesmo sem a intenção, o tutor pode gerar uma dependência perigosa em seu animal de estimação
Foto: reprodução shutterstock
Mesmo sem a intenção, o tutor pode gerar uma dependência perigosa em seu animal de estimação

Muitos tutores de gatos já estão acostumados a, mesmo deixando o pote de ração do pet sempre bem abastecido, o pet não comer. Ou mesmo acabar de abastecer com a ração fresca e o animal não se alimentar a menos que o humano fique ao lado, fazendo companhia.

Mas por que os gatos só se alimentam se estiverem acompanhados ou recebendo algum outro estímulo junto do alimento, como carinho, por exemplo? Ao Canal do Pet, a especialista em comportamento felino, Juliana Damasceno, explica que alguns gatos vão selecionar a alimentação para comer somente com a companhia ou o carinho do tutor, o que cria certos graus de dependência, por parte do felino. E, mesmo sem a intenção, o culpado por reforçar esse comportamento é o próprio tutor.

“Os gatos vão requerer os estímulos favoritos (como carinho). Quando eles sentem se sentem ativos para brincadeiras, eles vão sempre requerer ao tutor algum recurso importante para eles. Se nós cedemos e ofertamos aquele recurso, à medida que eles pedem, nós estamos reforçando o pedido”, disse a especialista. “Nós vamos gerando uma dependência porque ensinamos que há uma ausência do recurso e só há a presença deste quando ele requer”.

Dessa forma, o gato irá associar a comida ao tutor, a estar perto, que para comer é preciso estar ao lado, recebendo carinho e, por isso, ele fica “em cima”. Para exemplificar, quando coloca a ração para o animal e ele não come, o tutor tenta estimular que o pet se alimente, verbalmente, passando a mão para fazer carinho. Dessa forma, com o tempo, o animal não comerá sem que receba esses mesmos estímulos.

“Às vezes isso pode levar até uma anorexia do animal, ele desenvolve questões graves relacionadas a questões gastrointestinais, entre outras que afetam a saúde”, diz.

Juliana afirma que é importante criar uma rotina para o gato, com horários determinados para as refeições. Mesmo que o alimento seja disponibilizado por livre demanda – no potinho para sempre que o animal desejar -, deve-se ter horários específicos para a reposição desse alimento nos comedouros.

Quando o animal pede por ração, mesmo que o comedouro já esteja cheio, é porque ele está pedindo por uma ração mais fresca, como Juliana exemplifica, “quando nós deixamos o alimento disponível por livre demanda no comedouro por muito tempo, a ração perde suas propriedades e os gatos são muito seletivos. As principais características para a escolha do gato, em relação ao alimento é o aroma, a crocância e a textura”, explica.

Como lembra a especialista comportamental, quando a ração é deixada fora do pacote, mesmo que armazenadas em potes fechados,  o alimento perde propriedade importantes – alguns nutrientes, por exemplo, se oxidam com o tempo – e a ração se torna algo como uma bolacha murcha, que não terá mais qualquer atrativo para o gato querer comê-la.

A alimentação dos gatos é petiscadora, na qual ele ingere apenas pequenas porções ao longo do dia. O indicado é que o tutor coloque apenas alguns grãos no comedouro, fazendo com que o pet coma essas porções várias vezes ao dia. Caso deixe a porção disponível para que o gato coma quando quiser (sem que o tutor não precise estar disponível), a reposição deve ser feita ao menos duas vezes ao dia.

“O tutor precisa identificar qual é a quantidade na embalagem seria a ideal para a alimentação diária daquele gato. E aí ele coloca no comedouro em duas vezes ao dia, pelo menos. Por exemplo: se a porção diária para o gato for de 70g, basta dividir em duas de 35g. Colocando cada parte em um horário determinado”, completa.

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