A textura do papel é atrativa para os cães
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A textura do papel é atrativa para os cães

Por mais que o tutor dê do bom e do melhor para o animal de estimação, alguns cães simplesmente não podem ver um pedaço de papel toalha ou papel higiênico que já querem comer como se aquele fosse o mais saboroso dos pratos.

Alguns também comem outras esquisitices como enchimentos de travesseiros ou almofadas, balões de festa infantil, ou seja, o que acabar caindo no chão, o cachorro vai querer e boa sorte ao tutor para conseguir pegar o objeto antes que ele o alcance.

No caso dos papeis toalha, alguém pode ter usado para limpar algo sujo com alimentos e podemos dizer que seja o cheiro da comida no papel que atraiu o pet. Ou mesmo o papel higiênico, há teorias sobre isso ser herança de ancestrais que comiam fezes dos humanos, o que é conhecido como coprofagia. Mas por que eles comem papeis que estão limpos?

A médica veterinária Mayra Susenko explica que a textura do papel por si só já é atrativa para os cães, assim como é para crianças, por ser maleável, fazer um certo barulho e mudar de forma. “Para eles, essa atração aumenta ainda mais por causa dos cheiros que podem estar impregnados naquele papel, podendo ser desde cheiro da tinta, cheiros de comida ou até mesmo fluidos corporais humanos ou de um animal”, conta.

Ele diz ainda que o que leva os cães a quererem “comer” um objeto estranho é bem simples: eles são animais muito curiosos. Por isso é perfeitamente natural que um cão venha a causar alguma “destruição” de objetos pela casa, mas esses são apenas roídos e não chegam a ser ingeridos.

A coprofagia é o hábito do cão comer as próprias fezes ou a de outros animais e seres humanos
Reprodução
A coprofagia é o hábito do cão comer as próprias fezes ou a de outros animais e seres humanos

“Quando isso se torna uma situação frequente devemos ligar o alerta, o pet pode estar passando por um momento de estresse, muito tempo sozinho, não gastando a energia de forma adequada ou mesmo passando por algum problema de absorção de nutrientes”, descreve Mayra.

Ao perceber que o animal realmente ingeriu determinado objeto, ou partes dele, o tutor deve procurar por um médico veterinário o mais rápido possível.

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Problemas para o organismo do cachorro

A copofragia é o hábito do cão comer as próprias fezes
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A copofragia é o hábito do cão comer as próprias fezes

Na maior parte das vezes, ao ingerir um pedaço de papel, este é incorporado ao bolo fecal e eliminado nas fezes, sem causar grandes prejuízos ao cão. Mas é preciso ficar alerta quando se trata de papel com algum tipo de impressão, pois quase sempre as tintas utilizadas apresentam algum grau de toxidade para o pet.

“Dependendo do tipo de objeto e da quantidade ingerida, pode ocorrer obstruções da garganta ou do trato intestinal, que pode ter consequências graves”, alerta a veterinária. “Vale lembrar que papel não é digerido pelo sistema digestivo dos pets, então vale a pena ficar atento às fezes do animal”.

O que o tutor pode fazer a respeito

Cachorros são curiosos e podem destruir os mais variados objetos
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Cachorros são curiosos e podem destruir os mais variados objetos

Além de evitar que o papel seja de fácil acesso ao cão, assim que observar que o pet está se aproximando do papel ou mostrando algum interesse pelo objeto, o tutor pode e deve desviar a atenção do cachorro para outra local ou para um brinquedo.

O enriquecimento ambiental é a melhor estratégia para que esse comportamento não se repita. Disponibilizar brinquedos diversos, incluindo comedores interativos e brinquedos que liberam ração e petiscos aos poucos deixam os pets entretidos e reduzem os momentos de ócio que podem acarretar destruições em casa.

“O aumento dos exercícios diários, caminhadas e brincadeiras, também têm um papel relevante neste assunto”, ressalta a veterinária.

Outro ponto muito importante é dificultar ao máximo que o animal tenha contato com o papel. “Manter as portas dos banheiros fechadas, o lixo da cozinha longe do alcance do pet e também evitar a existência de papeis espalhados pelo chão da casa”, completa a veterinária.

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