A chegada de filhotes , seja de gato ou cão, na família é sempre motivo de grande alegria para quem deseja ter um pet. Mas para que os bichinhos se sintam bem e sejam saudáveis desde os primeiros meses de vida, há responsabilidades que o tutor precisa ter com eles. A médica veterinária Nathália Lopes, Royal Canin Brasil, aponta os cuidados essenciais aos pequenos desde antes de você adquirir algum.
Antes de ter o pet
Muitas pessoas podem optar pelo pet em um momento de impulso e não se preparar devidamente para ter um. A especialista separou algumas orientações para você tomar essa atitude com total consciência:
- Pesquise sobre o animal que deseja e veja se ele é compatível com o seu estilo de vida e perfil familiar.
- Adaptação do ambiente: Quanto menor for o espaço na sua casa, menor deve ser o cão para que ele se acomode bem durante o dia, além dos passeios. Gatos costumam se adaptar bem a ambientes pequenos, pois se beneficiam de verticalização, como implementação de prateleiras.
- Os filhotes requerem cuidados veterinários mais frequentes e precisam de uma quantidade significativa maior de atenção em comparação com um cão ou gato adulto.
- Considere que o tempo médio de vida de um animal é de 12 anos. Pergunte à família se todos estão de acordo, se há recursos necessários para mantê-lo e verifique quem cuidará dele nas férias ou em feriados prolongados. Não haja por impulso.
- Caso já tenha outros cães em casa, apresente o novo morador de forma gradual e fique sempre atento à convivência.
O que ter em casa para fornecer conforto ao animal?
Para ajudar o bichinho a se estabelecer e oferecer total conforto a ele, Nathália Lopes ainda separou uma lista de itens essenciais com tudo o que você precisa, veja:
- Cama do filhote: o filhote precisa de tempo suficiente para descansar e dormir quando chegar, pois isso o ajuda a crescer. Por isso, providencie uma cama confortável para ele. As camas devem ser posicionadas em um canto quieto onde o filhote tenha espaço próprio.
- Tigelas de comida e água: Tigelas de aço inoxidável são recomendadas, pois são mais higiênicas e fáceis de limpar, além de não quebrarem ou lascarem como tigelas de cerâmica. Devem ser posicionadas em um lugar permanente, quieto e seguro para que ele tenha uma área apropriada para se alimentar. É melhor deixar uma pequena tigela para comida e uma tigela maior cheia de água.
- Escova ou pente de cuidados com higiene e beleza: Ele precisará de uma escova ou de um pente apropriado para manter a pelagem saudável. Realizar os cuidados do seu filhote regularmente vai familiarizar ele com o ato de ser tocado e manipulado por pessoas.
- Brinquedos: dar brinquedos para ele brincar é uma boa maneira de socializar e evitar que ele mastigue os móveis. É importante escolher um brinquedo que seja apropriado para o tamanho do filhote. Os brinquedos devem ter o dobro do tamanho da boca para evitar o risco de asfixia ou estrangulamento. Quando os brinquedos começarem a mostrar sinais de desgaste, você deve descartá-los para também evitar acidentes.
- Coleira e guia: embora eles não se aventurem além do jardim nos primeiros dias, uma coleira e guia são essenciais para que seu filhote se acostume a usá-las. Certifique-se de que a coleira esteja bem firme para que não escorregue sobre a cabeça do filhote e coloque uma plaquinha com seu nome e número de telefone.
- Escova de dentes (de dedo): embora o filhote possua a dentição primária “dentes de leite”, é importante habituá-lo a uma rotina de escovação diária dos dentes. Essa rotina se mostrará um forte recurso para reduzir o risco do surgimento da doença periodontal quando adulto.
- Contenção adequada para andar de carro: caixa de transporte e cinto de segurança são algumas opções encontradas para não deixar o animal solto dentro do carro durante o transporte.
- Tapete higiênico ou caixa de areia: o uso do tapete e da caixa de areia (para gatos) fará parte do processo de educação para eliminação das necessidades em local apropriado.
Alimentação nas primeiras semanas de vida
Os filhotes terminam a amamentação aproximadamente, entre a 3ª e a 8ª semana depois do nascimento. Após isso, a transição entre o leite materno e a nova dieta do filhote deve ser gradual e sob orientação de um médico veterinário, pois sofrerá influência da qualidade do leite da mãe e quantidade de filhotes na ninhada, por exemplo.
O ideal é que ele consuma um alimento próprio para sua idade, porte e raça. Oferecer nessa fase variedade de texturas do alimento, como seco (em grãos) e úmidos (em sachês ou lata) ajudará o animal a ser menos seletivo e exigente na hora da alimentação quando adulto.
Higiene
Deve-se evitar banhos antes dos 3 meses de idade. Geralmente, é possível fazer a higienização dos filhotes com gaze ou algodão embebidos em uma solução própria – orientada pelo médico veterinário. Dessa forma, você pode higienizar os olhos, possíveis secreções nasais, orelha externa e órgãos genitais. Além disso, a escovação mantém os pelos com brilho e desembaraçados.
A necessidade do banho e frequência vai depender muito das características do animal (tipo de pele e pelagem) e do estilo de vida. É importante considerar água morna, uso de shampoos próprios para animais e garantia de que sejam secos e se mantenham aquecidos durante e após o banho.
Saúde do filhote
Assim como os seres humanos, os pets também precisam ir ao médico para fazer check-ups regulares. A frequência da ida ao profissional vai depender principalmente da idade dele e da condição de saúde pré-existente.
Até os 6 meses, o ideal é que sejam feitas consultas mensais. A partir de então, podem vir a ser anuais, garantindo que ele tome todas as vacinas necessárias.
Os gatos ainda apresentam uma situação mais delicada, pois muitos tutores deixam de levar o animal ao consultório. Os felinos, diferente dos cães, podem demorar mais para apresentar sintomas, fazendo com que possíveis doenças cheguem a estágios avançados, sem que o tutor perceba. Portanto, é extremamente necessário se atentar a isso.
Outra coisa a se atentar é a respeito da castração dos pets. Tanto em cães como em gatos, a castração pode ser feita ainda no primeiro ano de vida. O usual é que ocorra a partir dos 6 meses de idade. Para isso, é ideal que um veterinário seja procurado para indicar o melhor mês em que o animal poderá ser castrado.
O tutor também não pode se esquecer de dar todo apoio emocional ao filhote. Dê atenção, carinho, um ambiente adequado e seguro para ele, além de reservar um momento do dia para as brincadeiras com o bichinho.