A torção gástrica em cães é uma perigosa e letal enfermidade, apenas 60% dos cães tratados sobrevivem a ela. O problema pode ser resultado de uma alimentação incorreta, exagerada e oferecida erradamente, que faz com que o estômago gire e comece a dilatar.
Leia também: 10 alimentos proibidos e perigosos para cachorros
Quem assistiu ao filme "Marley e Eu", lembra bem quando Marley precisa ser levado às pressas ao hospital por causa da barriga inchada. Pois é, ele estava com o problema da torção gástrica em cães .
De acordo com a veterinária Juliana Delphino "É preciso que o tutor saiba reconhecer os sinais rapidamente e encaminhe o pet imediatamente para o atendimento veterinário, pois o cão pode morrer entre 6 a 12 horas, se não for diagnosticado e tratado corretamente".
O que é a torção gástrica em cães?
Conhecida cientificamente como DVG (Dilatação vólvulo gástrica), a torção gástrica é uma síndrome aguda. Ela tem maior incidência em cães de raças de grande porte, “com tórax profundo”, animais com idade avançada e com dieta baseada em alimentos secos e gordurosos.
Ela acontece quando o estômago gira na cavidade abdominal, momento em que os ligamentos de sustentação do órgão se rompem em virtude da dilatação. Com isso, a entrada e a saída do estômago ficam obstruídas, impedindo a passagem de alimentos, água e dos gases.
A DVG leva a um aumento da pressão intra-abdominal, e isso torna o fluxo sanguíneo cada vez mais reduzido na veia cava e no sistema portal. O volume de sangue bombeado pelo coração (gasto cardíaco) diminui drasticamente em decorrência do reduzido retorno venoso. Conforme a dilatação e o vólvulo progridem, o fluxo arterial gástrico pode se deteriorar mais rapidamente. Alguns pets com torção gástrica podem apresentar arritmia e esta pode aumentar o risco de óbito.
Você viu?
O comprometimento da rede sanguínea também pode levar a necrose estomacal, desta forma, quanto mais tempo o estômago ficar fermentando os alimentos, mais ele dilatará e, quanto maior a dilatação, maiores serão as consequências.
“Quanto mais rápido o atendimento, maiores as chances de estabilização, tratamento e recuperação do paciente", afirma a veterinária.
Leia também: A gastrite em cães pode ser aguda ou crônica e há maneiras de evitá-la
Os principais sintomas da torção gástrica em cães
Reconhecer os sintomas da torção gástrica em cães pode significar salvar a vida do pet. Entre os mais comuns, estão:
- Posição do corpo: cabeça e cauda baixas, com a coluna encurvada;
- Abdômen inchado e dolorido por causa da dilatação do estômago;
- Inquietação: o cachorro caminha de um lado a outro compulsivamente;
- Tosse constante, seguida de arrotos e tentativas de vômitos;
- Cachorro babando excessivamente;
- Dificuldade respiratória;
- Queda brusca de pressão arterial e entrada em choque.
Alguns desses sintomas, podem também ser característicos de outras doenças, então, mantenha a calma e não perca tempo, leve o cachorro imediatamente ao veterinário.
Como prevenir a torção gástrica em cães
No dia a dia, algumas pequenas ações podem prevenir a enfermidade e proporcionar maior longevidade e qualidade de vida ao seu amigo de quatro patas.
- Evitar alimentação rica em carboidratos e/ou secas. Elas aumentam o risco de dilatar no estômago principalmente quando o cão toma muita água entre as refeições;
- Repartir a oferta de comida em duas ou três vezes, evitando servir grande quantidade em uma só vez por dia;
- Deixar o pet comer tranquilamente, sem outros cães ao redor que possam querer "roubar" a comida ou pessoas atrapalhando a alimentação;
- Evitar que o pet coma muito rápido e de forma ansiosa, fazendo com que engula, sem mastigar, grandes quantidades de alimentos misturados com ar;
- Nunca dar de comer antes ou depois de fazer exercícios físicos ou caminhadas intensas;
- Evitar brincadeiras mais intensas depois de comer. Por exemplo, brincar de jogar bolinha para ele correr, pular e pegar a bola. Esses movimentos bruscos podem causar torção gástrica;
- Evitar que o cão beba grandes quantidades de água antes ou depois de comer, principalmente se o alimento for seco.
"Desta forma, a alimentação natural também pode ser uma das armas contra a torção gástrica . Ofereça alimentos ricos em fibras que sejam de fácil digestão e assim evitando grande fermentação e prevenindo a dilatação", orienta a veterinária Juliana Delphino.
A Alimentação Natural balanceada além de garantir pelagem e pele saudáveis e bonitas, proporcionam o funcionamento adequado do sistema gastrointestinal, reduzindo bastante o risco da torção gástrica em cães .