Adotar um animal de estimação, seja filhote ou adulto, é sempre um motivo de alegria. Quem convive com cachorros sabe que esses pets são muito leais e companheiros. Porém, também trazem muitas responsabilidades, nos cuidados com a saúde, a alimentação, a higiene e, embora muitos esqueçam, a educação.
Assim como é importante ensinar o cachorro a fazer xixi no local certo , é importante ensiná-lo que nem tudo ele pode morder. Mesmo que seja fofo a princípio, esse comportamento pode se tornar incômodo e até doloroso com o tempo.
Os cães amam morder, e esse é um hábito necessário para eles que não deve ser impedido, apenas redirecionado para o lugar certo, evitando que o cão destrua objetos pela casa ou crie o hábito de mordiscar as mãos e os pés dos tutores.
Por que os cães mordem
Quando filhotes, o nascimento da primeira dentição (dentes de leite) ocorre entre três a 12 semanas de vida, quando os dentes ainda são bem finos e, apesar não terem tanta força, podem machucar.
Por volta dos três meses já se inicia a troca dos dentes de leite pelos dentes permanentes, até por volta dos cinco meses de vida do animal.
Com isso, os dentes estarão rasgando a pele do cachorro, o que pode causar inchaço, vermelhidão e, principalmente, irritação nas gengivas. Por isso, os filhotes tendem a morder como uma forma de tentar aliviar esse incômodo.
Mas por que as mordidas não param depois que o cachorro cresce? Além de ajudar na limpeza dos dentes , isso ocorre porque os cães sempre recebem alguma atenção quando mordem a mão ou os pés do tutor, e isso se transforma também em uma forma que o pet encontra de se comunicar e interagir com as pessoas.
Quando o cachorro está entediado, ou com muita energia acumulada, e não têm com quem brincar, destruir objetos pode ser uma ótima forma de comunicar isso. O mesmo ocorre em casos de ansiedade, quando ficam muito tempo sozinhos em casa.
Como corrigir o comportamento
O adestrador comportamental André Almeida explica que esse comportamento pode ser corrigido com direcionamento, oferecendo algo em troca e mudando a atenção do cãozinho. Porém, o tutor precisa ter cuidado para não acabar recompensando o cachorro pelas mordiscadas.
“Esse direcionamento é feito para substituir o ‘alvo’ do cão por um mordedor ou um brinquedo. Se o cachorro estiver mordendo e o tutor tira a mão e dá um brinquedo em troca, o animal irá entender que, ao morder, ele ganha um brinquedo”, diz o adestrador.
O ideal é que o filhote tenha muitas opções de brinquedos para morder e não precise recorrer aos móveis e objetos da casa. Existem diversas opções de brinquedos específicos para filhotes, em diferentes tamanhos, formatos e texturas - evite o uso de brinquedos com cortas ou que se desfaçam com muita facilidade, pois podem causar sufocamentos.
Deixe os brinquedos espalhados pelos ambientes que o cachorro tem acesso e incentive que ele brinque. É importante que todos na família tenham um tempo para brincar com o animal de estimação, não vale apenas deixar vários brinquedos pela casa e esperar que tudo se resolva sozinho.
Sempre que o cão estiver roendo um brinquedo, o tutor pode elogiar, fazer carinho, mostrar ao cão que o que ele está fazendo é o correto. Já, quando ele estiver mordendo o pé ou a mão de alguém, assim como o sofá ou uma cadeira, basta dizer “Não!”. Não grite ou dê mais broncas, apenas ignore e ele entenderá que as mordidas acabam com a brincadeira
Por associação, o cãozinho entenderá que chama a atenção dos humanos quando está com seus brinquedos, e o oposto acontece quando morde o que não deve, como os móveis da casa, ou as mãos e pés dos tutores.
Cuidado com as brincadeiras
Muitas vezes, as pessoas brincam com os cães de forma a provocá-los, para que eles mordam. Pode parecer divertido, mas isso apenas estimula o comportamento de mordidas e de nada adiantará todos os esforços para corrigir o comportamento do animal de estimação. A maneira de agir dos tutores tem total interferência no comportamento dos pets.
Importante ressaltar que, mesmo que o pet esteja acostumado a roer apenas seus brinquedos, ter cuidado com calçados e objetos menores que possam ser roídos, como canetas, fios elétricos, almofadas, entre outros, mesmo que o cachorro já não seja mais nenhum filhote.
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