Luno ficou detido na Espanha por 9 meses devido à supostas irregularidades nos aeroportos
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Luno ficou detido na Espanha por 9 meses devido à supostas irregularidades nos aeroportos

Luno viajou com sua tutora da Costa Rica para a Espanha em 14 de março de 2022, quando entrou nas instalações do aeroporto de Barajas, em Madrid, foram encontradas algumas supostas irregularidades na documentação do cachorro.

O erro apontado foi a falta de um microchip de identificação, o que impossibilitou verificar se ele estava com a vacina antirrábica obrigatória, que é exigida pelo Regulamento Europeu de Transporte de Animais.

Luno ficou preso em uma gaiola por 19 dias, periodo em que pode receber visitas de sua tutora, Andrea Torres, de apenas 10 minutos por dia. Após isso, o animal foi enviado para o Centro Integral de Acolhimento de Animais de Madrid (CIAAM), para cumprir quarentena – que durou até o dia 9 de dezembro.

Em entrevista ao jornal costarriquenho La Teja, Andrea disse que quando perguntou sobre os requisitos que Luno precisaria cumprir para chegar à Espanha, "só pediram para estar saudável e com as vacinas em dia, deixei Costa Rica sem problemas."

Em abril foram oferecidas para Andrea duas opções para o destino de Luno: a deportação ou o sacrifício, e ela recusou as duas.

Daí se iniciou uma briga judicial que durou por nove meses, até que a tutora decidiu por aceitar pela deportação de Luno para seu país de origem, além de retirar todas as denuncias feitas ao Ministério da Agricultura espanhol, decisão que o partido de proteção animal PACMA, que ajudou no caso, considerou como “injusta”.

Segundo o partido, a decisão tomada pela responsável por Luno jogou fora todo um trabalho jurídico por trás do caso, o que custou ao cachorro nove meses de confinamento.

“Consideramos que esta tem sido uma cessão perante o "pulso judicial" do ministério, uma vez que com Luno foi possível descobrir o enorme buraco negro que são os aeroportos espanhóis para animais, onde poderiam ser sacrificados e deportados por uma alegada interpretação errada dos regulamentos europeus para este tipo de casos e que, além disso, carecem de protocolos para o cuidado e manutenção adequados dos animais”, escreveu o partido em comunicado.

Para Mónica Olivares, responsável pela organização de proteção animal, Ageraa, "A única opção legal que deveria ter procedido teria sido a sua regularização e entrada em território espanhol com todas as garantias que já tinha adquirido durante a sua estadia."

O caso prossegue, e PACMA e Agerra ainda cobram contas do governo espanhol devido às irregularidades em aeroportos, que colocam em risco a vida de inúmeros animais de estimação que, ao contrário de Luno, permanecem fora da atenção do público. Porém, com a retirada de Luno do país, todo o trabalho feito até aqui pode ser totalmente invalidado pela justiça.

“Embora o processo judicial prossiga, poderia ser julgado improcedente por ‘superveniente falta do objeto’, ou seja, com o cão fora de Espanha, não haveria qualquer objeto judicial para continuar a investigação, embora esta tenha sido iniciada pela identificação de possíveis irregularidades”, alegaram.


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