Especialistas recomendam que as pessoas não comprem mais cães da raça pug até que problemas sejam moderadoss
Stefan Glazer/Pixabay
Especialistas recomendam que as pessoas não comprem mais cães da raça pug até que problemas sejam moderadoss

Queridos por serem pequenos, de focinho achatado, corpo gordinho e rabo encaracolado, mas são essas características que muitos acham fofas que trazem sérios riscos para a saúde dos pugs. Segundo aponta uma nova pesquisa realizada pelo Royal Veterinary College (RVC), no Reino Unido, a raça Pug já não pode mais ser considerada como um “cão natural”, em relação à saúde.

A pesquisa revela que os pugs são quase duas vezes mais propensos a sofrer um ou mais distúrbios anualmente, o que faz com que não possam mais ser considerados como um cão normal, no ponto de vista da saúde, e é preciso uma ação urgente para reduzir a alta taxa de problemas relacionados à raça.

"Embora extremamente populares como pets, agora sabemos que vários problemas graves de saúde estão ligados à forma corporal extrema dos pugs que muitos humanos acham tão fofo”, disse Dan O'Neill, professor e principal autor do estudo.

O’Neill enfatiza: "Agora é hora de nos concentrarmos na saúde do cão, e não nos caprichos do dono, quando estamos escolhendo que tipo de cão ter".

O estudo publicado na  Canine Medicine and Genetics comparou a saúde de amostras aleatórias de 4.308 pugs e 21.835 não-pugs. No geral, os pugs foram cerca de 1,9 vezes mais propensos a ter um ou mais distúrbios em um único ano, em comparação aos outros cães, indicando um estado geral de saúde ruim para a raça.

Os problemas de saúde decorrem do rosto achatado (braquicefalia),  dos olhos esbugalhados, pele enrugada e tendência à obesidade – características que são consideradas fofas pelo público.

A síndrome braquicefálica obstrutiva das vias aéreas foi o distúrbio com maior risco em pugs, com quase 54 vezes mais chances de sofrer com a condição. Os pugs também estavam em maior risco de outras condições, incluindo narinas estreitadas, infecções de dobras cutâneas e obesidade.

Os pugs têm até duas vezes mais chances de sofrer com distúrbios do que outros cães
Anja Stough/Pixabay
Os pugs têm até duas vezes mais chances de sofrer com distúrbios do que outros cães

"Este estudo demonstra claramente como são as características extremas que muitos donos consideram tão atraentes, como rostos achatados, olhos grandes e rabos encaracolados, que comprometem seriamente a saúde e o bem-estar dos pugs e muitas vezes resultam em uma vida inteira de sofrimento”, disse Justine Shotton, presidente da British Veterinary Association (BVA).

“Enquanto essas características extremas e insalubres permanecerem, continuaremos a recomendar fortemente que os proprietários em potencial não comprem raças braquicefálicas, como pugs”, completou Shotton.

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