De origem chinesa, a raça Shar-Pei está entre uma das mais antigas e raras do mundo. Devido à descoberta de estátuas próximas a Hong Kong, semelhantes aos cães da raça, historiadores acreditam que o surgimento da raça tenha acontecido no período da dinastia Han, entre os anos de 206 a.C e 220 d.C.
Os Shar-Pei já foram usados para diversas funções, como cães de guarda para fazendas, cães de tração e em práticas de rinha. A raça também não está entre as mais raras por acaso: após a criação da República Popular da China, a população canina foi quase dizimada. Isso porque, durante o governo de Mao Tsé-Tung, a criação desses animais foi considerada como ato de burguesia e deveria ser eliminada.
Pela sobrevivência da espécie alguns criadores se refugiaram em regiões ainda consideradas capitalistas, como Hong Kong. Apenas em 1966 os Shar-Pei passaram a existir no mundo ocidental, quando chegaram aos Estados Unidos da América. Em 1973 um dos criadores refugiados, Matgo Law, temendo que a revolução comunista avançasse pela China, fez um apelo aos entusiastas americanos com a campanha “Salve o chinês Shar-Pei”, o que aumentou ainda mais o interesse pela raça. Contudo, apenas seis cachorros foram enviados para a América do Norte e o reconhecimento oficial, por parte do American Kennel Club (AKC) veio apenas em 1988.
Nos anos de 1966 e 1978 os Shar-Pei lideraram o Guinness World Records (livro dos recordes) como a raça de cachorro mais rara do mundo. Por sorte, hoje eles estão bem longe da extinção, embora ainda não sejam tão comuns.
Características
De longe, o que mais se destaca nesses cães são suas dobrinhas por todo o corpo. Seus pelos, apesar de lisos, são bastante duros e sua pele é áspera. Sua cor mais comum é a fulva, em variações de tonalidade, que vão das mais avermelhadas até tons próximos ao café com leite. Outra característica da raça é a cor azulada em sua língua e céu da boca.
Personalidade
Esses cães de “cara amarrotada” costumam ser dóceis e calmos, não latem muito, apenas se entenderem que há motivo para isso, como visitas inesperadas e entregadores. Eles se dão muito bem com crianças e outros animais. Podem ser um pouco teimosos também.
Higiene e Saúde
Os banhos podem ser semanais, mas é preciso ter muito cuidado ao secar suas dobrinhas, que não podem ficar úmidas, devido aos problemas de pele que isso causará com o tempo.
Seus pelos, que são bem densos, necessitam de uma escovação diária. Isso, além de ajudar a observar se a pelagem do animal está saudável, é um ato de carinho entre tutor e pet.
Seus olhos podem ter problemas, como a entrópio, conhecida como “pálpebra invertida”, que se resolve com cirurgia. É recomendável que o tutor fique atento aos olhos do pet e limpe-os com soro fisiológico (sempre consulte um veterinário antes de qualquer procedimento com um animal de estimação).
Como boa parte das raças de grande porte, os Shar-Pei podem sofrer com displasia do quadril, devido a uma má formação nos ossos. Além disso, outra doença bem característica é a “febre do shar-pei”, uma doença autoimune e hereditária. Quando o pet tiver essa condição, ele apresentará inflamações em partes de seu corpo como uma resposta de seu sistema imunológico. As partes mais afetadas costumam ser o jarrete (cotovelo), o focinho e os lábios.
Como qualquer outro cachorro, o Shar-Pei também precisa de exercícios para não ter problemas com o sobrepeso. Exigindo exercícios diários, mas tomando cuidado para evitar excessos, que podem agravar os problemas no quadril. Cerca de uma hora de caminhada por dia já ajudará a ter um pet saudável e feliz.
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