A profissão de cat sitter exige especialização
Mel Elias/Unsplash
A profissão de cat sitter exige especialização

Apaixonados por animais de estimação podem unir “o útil ao agradável” e transformar esse amor pelos pets em uma fonte de renda— seja aquele extra para complementar o orçamento familiar, ou mesmo como uma profissão mais especializada.

Neste sentido, uma das principais formas é se tornar uma cat sitter, ou babá de gato. Porém, é importante que se entenda as necessidades dos animais com os quais se deseja atuar.

Para isso, existem cursos de especialização que ajudam não somente em relação aos cuidados com os peludos, quanto em questões do negócio: como conseguir clientes e o quanto cobrar pelos serviços do seu próprio negócio, por exemplo.

Qual é o papel de uma cat sitter?

O Canal do Pet conversou com a especialista em comportamento felino, Juliana Damasceno, fundadora da Wellfelis, para falar sobre a importância das funções exercidas por uma profissional cat sitter e, além disso, dicas de quanto essa profissional pode ganhar com seu trabalho, após se especializar na área.

A especialista explica que as funções da cat sitter giram em torno de cuidar de um gato na ausência do tutor, mas que, no entanto, vão muito além deste escopo, sendo um trabalho muito mais complexo e importante do que se imagina.

“O ideal é que esse cuidado vá além do básico, de apenas trocar ração, cuidar da hidratação, trocando a água, e limpar a caixa de areia. Muitas pessoas acreditam que seja só isso, mas esses cuidados são apenas a manutenção básica das necessidades de um felino”, afirma Juliana.

A especialista destaca que é importante que uma cat sitter se profissionalize para  entregar um atendimento especializado, no sentido de compreender quais são as características comportamentais e necessidades de cada felino — de forma individual — e a forma de se comunicar, “para que tenha uma comunicação assertiva, para que impacte de forma positiva no bem-estar do gatinho.”

“O que acaba acontecendo, muitas vezes, é que quando o atendimento é realizado por uma pessoa que não tem o conhecimento sobre a espécie, e não sabe se comunicar e detectar sinais comportamentais, a profissional pode até mesmo prejudicar este gato comportamental e clinicamente”, aponta Juliana.

Ela ressalta: “Nós já recebemos casos comportamentais que foram estimulados [sem intenção] por atendimento de profissionais que não souberam lidar com algumas questões desses felinos, na ausência de seus tutores.”

Quando o tutor fica muito tempo ausente, o gato pode ter alterações comportamentais, pois esse é um período em que o felino está sob estresse. “Muitas pessoas pensam que os gatos não alteram o comportamento, ou não sentem a ausência dessa tutoria, e isso é um equívoco”, diz a comportamentalista.

Os animais de estimação devem ter uma rotina, na qual eles se sentem seguros e confortáveis, quando há qualquer alteração brusca, pode acarretar consequência de comportamento e, até mesmo, na saúde dos pets.

“Os gatos sentem [falta dos tutores], eles vão estar sob estresse porque terão essa quebra na rotina, que é tão importante, para terem controle e previsibilidade”, explica Juliana.

Ela acrescenta que, com essa rotina alterada, muitas vezes “o gato pode apresentar tanto comportamentos arredios, por se sentir ameaçado por uma pessoa estranha entrando em sua casa para cuidar dele, quanto exibir agressividade, por exemplo.”

Além disso, o felino também pode exibir outros comportamentos anormais, como eliminação de urina e fezes em local inadequado e destruição, semelhante ao que os cães fazem, explica a comportamentalista.

“É importante a pessoa estar parada e saber lidar com esses desafios, de entender sobre o comportamento e bem-estar felino, para promover melhorias a níveis do bem-estar desse gato que já vai estar sob essa condição de estresse, por não ter o tutor em casa”, diz.

Como funciona o curso de cat sitter

Gatos sentem falta de seus tutores quando estão ausentes
Unsplash/Manja Vitolic
Gatos sentem falta de seus tutores quando estão ausentes

Todas as necessidades essenciais de entendimento sobre o universo dos felinos podem ser aprendidas por meio de curso de cat sitter, que trazem à profissional não apenas os conhecimentos necessários para os cuidados com um animal de estimação na ausência de seu tutor, mas também aprendizado sobre valores de serviço, por exemplo.

Outro ponto que a especialista aponta é a importância de se aprender sobre as bases etológicas da biologia dos felinos, para que a profissional se capacite no sentido de entender sobre a espécie com a qual atua para que se aproprie e tenha segurança para promover cuidados adequados e saber interpretar o comportamento dos gatos, promovendo um maior profissionalismo.

“[A profissional vai] saber como gerir seu negócio, como vai se destacar, como vai iniciar, onde vai formar sua carteira de clientes, e como estruturar o seu trabalho”, pontua.

O quanto cobrar pelo serviço?

De acordo com Juliana o valor é estipulado de acordo com o tempo de atendimento e região. “Cada estado ou cidade tem sua tabela, variando em torno de R$ 50 a R$ 200 por atendimento, em média.”

“A profissional pode realizar, em média, três atendimento por dia. Especialmente em épocas de feriados, férias de fim de ano, e aos finais de semana. Quando há maior demanda, pode-se chegar a até oito atendimentos em um dia”, diz.

Razões para ser uma cat sitter

Marina de Sousa Cabral é cat sitter profissional há 5 anos, e decidiu fazer um curso de cat sitter por sentir uma necessidade de entender melhor seus próprios animais de estimação, para garantir o bem-estar deles. “Quanto adotei meu quinto gato, eu senti a necessidade de entender melhores os felinos”, conta a profissional ao Canal do Pet .

Hoje Marina tem a função de cat sitter como como sua principal fonte de renda, além de ser comportamentalista de felinos domésticos. Para ela, um dos pontos altos de atuar como cat sitter é a convivência com os felinos, além de render histórias inusitadas.

“Já passei por alguns sustos como pensar que tinham entrado na casa do cliente, quando mexeram na porta enquanto eu estava com o gato, mas era a diarista que estava lá e ninguém avisou. Já me deparei com baratas voadoras, saímos correndo, eu e o gato [risos]”, conta a cat sitter. Ela complementa que “o melhor de tudo são aqueles ‘clientinhos’, que são arredios e se soltam conosco, aprendendo a confiar, e passam a aproveitar o atendimento de cat sitter também.”

Razões para contratar uma cat sitter

A especialista em comportamento felino diz que, ao pensar em viajar ou passar um período maior do que 24 horas fora de casa, é importante ter alguém responsável por manter os cuidados pela saúde do pet, tanto física quanto emocionalmente. “Os gatos podem ser afetados por essa ausência de cuidados e contato positivo com o humano”, completa Juliana Damasceno.

Conheça a comunidade do  Canal do Pet no WhatsApp  para receber dicas, curiosidades, histórias e tudo relacionado ao universo dos animais de estimação.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!