Apesar da grande popularidade desse bichinho, ainda existem muitos mitos sobre eles, incluindo se realmente são mais resistentes que os cães de raça, se vivem mais tempo ou se podem comer qualquer tipo de alimento. Primeiramente, é preciso ter em mente que todo cão é único. Não importa se possui uma raça definida ou não. Os cachorros considerados vira-latas ou SRD (sem raça definida) são aqueles provenientes da mistura de raças em seu código genético.
Isso independe se o pai ou a mãe venham de linhagens puras, mas sim de raças diferentes. O fato é que a maioria dos cachorros vira-latas já vêm de misturas de raças e portes há muitas décadas. Assim, é importante saber que qualquer cachorro que não tenha pedigree – isto é, um animal o qual sua origem é desconhecida e/ou não venha de cruzamento de cães da mesma raça – é classificado como vira-lata.
Vira-latas: mitos e verdades
O vira-lata realmente não fica doente?
Parcialmente verdade. Para entender melhor essa questão das doenças em cachorros, neste caso, em cães sem raça definida, é preciso falar sobre a s eleção Natural , a chamada “Lei do mais forte”. Um animal que vive na rua precisa buscar diariamente o próprio alimento e lutar por sua sobrevivência. Ele acaba passando fome, frio, enfrenta maus-tratos e outras circunstâncias nem um pouco agradáveis.
Essa realidade é bem diferente para os pets que vivem em casa. É possível afirmar isso, pois eles recebem comida, água, abrigo, carinho e todo conforto necessário para o seu bem-estar. Isto é, não precisam enfrentar as dificuldades de lutar por território ou comida.
Obviamente, os cães vira-latas que nascem com alguma fragilidade não conseguirão se sair tão bem quanto os outros mais fortes, afirma a veterinária Livia Romeiro. Assim, é seguro dizer que os cães SRD são menos propensos a ter problemas hereditários, sim. Mas isso não quer dizer que os vira-latas nunca ficam doentes. Pelo contrário, eles ficam sim.
Inclusive, quanto mais velho ele for ficando, mais chances os cães têm de adquirir alguns problemas de saúde. Dores nas articulações como artrite e artrose, dificuldades na visão, problemas no coração… e essa realidade afeta todos os cães, com ou sem raça definida.
Vira-latas podem se alimentar de qualquer alimento
É Mentira. A alimentação dos animais deve ser balanceada sempre, independentemente de ter ou não uma raça. A melhor forma de descobrir qual a alimentação é a mais adequada para um pet, sem dúvida, é por meio de uma conversa com o médico veterinário.
Ele levará em conta todos os aspectos nutricionais necessários para prevenir e manter o animal mais saudável e feliz. Ou seja, alguns tutores estão comprando comida de empresas especializadas em alimentação natural para pets ou estão cozinhando em casa as refeições.
Também é uma boa opção, mas, antes de mudar a maneira como alimentar um cão é importante conversar com o médico veterinário. O contato com o especialista é imprescindível para não colocar a saúde do animal em risco.
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Cada vira-lata tem uma personalidade diferente
Verdade, cada cãozinho é único. Caso a pessoa adote um pet cuja raça é reconhecida como agressiva, isso não significa necessariamente que este cão terá essa característica.
Na verdade, a forma como o animal é criado faz toda a diferença. O adestramento desse bichinho também fará toda a diferença.
Então, pode-se dizer que cada cachorro terá a sua personalidade. Uns podem ser mais ciumentos e carentes, outros, podem ser mais sossegados e independentes. O importante, na verdade, é amar incondicionalmente o animal do jeito que ele é.
Cães vira-latas não possuem padrões
Verdade. Os animais SRD têm em sua genética várias características, sejam elas comportamentais ou físicas. Por isso é tão comum encontrarmos vira-latas de portes diferentes – pequeno, médio e grande -, de cores e temperamentos diversos.
Os vira-latas vivem mais
Mito. Não existem dados estatísticos que comprovem que o cão SRD vive mais que o que animal que possui alguma raça. Essa ideia de que eles podem viver por mais tempo se dá por causa da seleção natural dos animais que sobrevivem nas ruas.
Ou seja, os mais fortes, que conseguem viver por mais tempo nas ruas, acabam passando essa característica para os seus filhotes e assim esse traço se perpetua.
Portanto, diante de todos esses fatos, o que se pode afirmar rapidamente é: "Os cuidados com o cão, como levá-lo sempre a uma ao veterinário, dar a alimentação adequada, amor e carinho é que vão determinar o tempo e qualidade de vida dele", reforça Livia.
Adoção
Adotar um cão – seja ele vira-lata ou não – é uma grande atitude de amor, mas lembrando de que isso não é o suficiente. É preciso saber se é a hora certa e também ser responsável em relação à saúde do bichinho, cuidar da sua alimentação, higiene e até de sua diversão.
Portanto, quando o assunto é doenças, características físicas ou de temperamento, os vira-latas merecem toda a atenção assim como um cão de raça.