O número de animais em situação de rua no Brasil assusta - segundo a Organização Mundial da Saúde são cerca de 30 milhões. Com tantos, o trabalho de ONGs e protetores fica muito difícil. Regina Célia Menezes sentiu isso na pele. A farmacêutica e servidora pública aposentada sempre resgatou, levou para castrar e ajudou na organização de feiras de adoção, mas tinha o sentimento de que poderia fazer algo maior. 

"Eu estava gastando muita energia e sentia que ainda fazia pouco, queria ajudar mais. Sempre tive a castração como foco, para mim o controle populacional é o caminho para diminuir todo o sofrimento que vemos de animais vivendo nas ruas. Então, quando conheci um projeto que reciclava tampas de plástico para arrecadar dinheiro para castração, decidi replicá-lo em Goiânia", conta Regina. 

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O Projeto Tampatas arrecada tampas de plástico e usa o dinheiro para castrar animais de rua
Reprodução Instagram/ @projetotampatas
O Projeto Tampatas arrecada tampas de plástico e usa o dinheiro para castrar animais de rua

Assim, foi criado o "Tampatas". A arrecadação das tampas de plástico (de potes, garrafas pet, desodorantes, shampoos, entre outras) começou no "boca a boca" - no primeiro mês apenas 4 animais foram castrados com o dinheiro da venda para reciclagem - e aos poucos foi crescendo. Hoje, com pouco mais de um ano, o projeto já arrecadou cerca de 21 toneladas e castrou mais de 220 animais.

Regina conta que, apesar do amor e da dedicação que tem pelo que faz, não imaginava que o projeto fosse dar tão certo. "Sabia que pessoas iam se sensibilizar com a causa e ajudar, afinal estamos transformando o lixo em recursos, em amor por esses animais que não têm ninguém, mas acabamos criando uma rede do bem. Antigamente eu ia de carro buscar as tampas nas casas de quem ajudava, agora temos mais de 200 pontos de arrecadação em shoppings, comércios, um dos mais recentes é o Hotel Go Inn Estação da Moda Goiânia", conta com felicidade. 

Todas as conquistas são compartilhadas com orgulho na conta do Instagram, a @projetotampatas. Por lá é feita a comunicação: desde inscrição para candidatar o animal para castração por mensagem (há uma fila com pelo menos 50 animais) e mapa com os pontos de arrecadação, até divulgação das toneladas arrecadadas no mês e fotos dos cães e gatos beneficiados. 


O principal plano é sempre o crescimento e está na ponta da língua de Regina: "Bater a quantidade de tampas arrecadadas no mês anterior". Ela explica que é possível manter sempre isso por que "O projeto nada mais é do que arrecadar o lixo que as pessoas já produzem - o que ajuda o planeta contra a poluição, além de evitar zoonoses por meio da castração". 

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