O número de animais de estimação nos lares brasileiros, de acordo com o IBGE, já ultrapassou 130 milhões e a tendência é que cresça cada vez mais. Outra coisa que só aumenta é o laço entre o pet e o dono, que o trata com verdadeiro filho e não quer deixá-lo em casa sozinho. Pensando nisso, algumas empresas estão se tornando pet friendly .
Patrícia Moraes, veterinária e CEO da Olá Pet!, empresa especializada em promover gestão e projetos pet friendly, explica que "A vivência com o animal no ambiente de trabalho trás muitos benefícios como melhora do relacionamento interpessoal e diminuição da taxa de cortisol - o hormônio do estresse - sanguínea". Ela ainda acrescenta: "Já ouvi relatos de funcionários com cargos importantes que não saem da empresa por ela ser pet friendly, eles se sentem valorizados e vestem a camisa".
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Marina Bompean, cofundadora da Go Shop, vive isso no dia a dia. "Depois que a empresa se tornou cat friendly percebemos que os colaboradores trabalham mais felizes e também não ficam muito preocupados com a hora para ir embora. Os gatos gostam de ter a liberdade de explorar cada cantinho do escritório, mas também, de vez em quando, procuraram um colo para dormir ou sobem na mesa para receber carinho e isso é relaxante para todos", conta.
Dessa forma, levar o pet para o trabalho é bom para os dois lados. Para o funcionário que vai estar ao lado do seu pet o dia todo e para a empresa que terá um colaborador mais feliz e dedicado. Mas, para chegar nesse ponto é preciso passar por um processo de adaptação.
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"Colocar um potinho de água e ração não quer dizer que você é pet friendly. O primeiro passo é pensar na segurança do animal. Por exemplo, já visitei uma empresa que queria ter gatos, mas tinha janelas e não queria colocar telas, o que é inviável. Além disso, é preciso avaliar o perfil da empresa, do gestor, dos colaboradores, o quanto estão dispostos a investir, para só então desenvolver um projeto, que é diferente em casa situação", explica Patrícia.
No caso da Go Shop a decisão por gatos foi tomada com facilidade e nenhum tipo de reforma na estrutura física foi necessária. "Temos três gatinhas e por coincidência os nossos colobaradores também têm gatos e gostam muito, então começamos a trazê-los para o escritório. Adequamos o ambiente com banheiros, comedouro, bebedouro, brinquedos e caminha para conforto dos pets", conta Marina.
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Para que tudo isso aconteça de forma tranquila e segura, o dono precisa ter alguns cuidados. Saber reconhecer se o pet possui um comportamento adequado para ser levado para o ambiente de trabalho é o primeiro deles. Manter a saúde e as vacinas do animal em dia e seguir as regras da empresa são outros.
"O dono assina um termo, com isso ele vai ser responsável por passear, brincar, manter a segurança, garantir que o pet não importune, limpar as necessidades dele, etc. Caso contrário pode ser que algum animal seja convidado a não participar do projeto", explica Patrícia.
Patrícia acredita que a quantidade de empresas pet frindly no Brasil só não é maior porque a cultura do país é muito conservadora. "Muitas empresas perguntam sobre o carpete. Mas o carpete agrega valor para a instituição? E para os colaboradores? É preciso começar a pensar mais fora da caixinha, inovar e acompanhar a tendência da economia, já que o Brasil já é o segundo mercado pet do mundo", finaliza a veterinária.