A sarna pode afetar cães e gatos, sendo algumas mais comuns em cães e outras em felinos
Bruno Cervera/Pexels
A sarna pode afetar cães e gatos, sendo algumas mais comuns em cães e outras em felinos

Umas das doenças mais conhecidas, especialmente por ter efeitos bastante visíveis no corpo do animal, a sarna causa vermelhidão e uma intensa queda de pelos.

A doença afeta principalmente animais em situação de rua, mas pode acometer animais de estimação se não houver cuidados necessários com a saúde do pet e do ambiente onde ele vive.

A médica veterinária Mariana Raposo explica que a sarna é uma doença de pele causada por três tipos de ácaros diferentes e pode ser contagiosa.

Os ácaros causadores das sarnas podem chegar aos animais por diferentes meios, desde a transmissão de um animal para o outro, até a manifestação natural, quando o cão ou gato está com a imunidade baixa.

Os três principais tipos são:

Sarna sarcóptica (“escabiose”)

É mais comum em cães, mas pode acometer os felinos e pode ser transmitida aos seres humanos (é uma zoonose). Causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, que “cava” tuneis nas áreas profundas da pele e causa intensa coceira e vermelhidão na pele.

Sarna demodécica

Cachorro com sinais avançados de sarna negra
Reprodução/ Shutterstock
Cachorro com sinais avançados de sarna negra

A famosa “sarna negra”, é causada pelo ácaro Demodex canis que vive naturalmente na pele dos cães. Ela não é contagiosa, mas também não é curável, os sintomas aparecem quando ocorre uma queda no sistema imunológico dos cães – que favorece a reprodução do ácaro. Ela não provoca coceira (exceto quando contaminadas por bactérias), os animais com sarna demodécica apresentam vermelhidão da pele e queda de pelos localizada.

Sarna otodécica (“sarna de ouvido”)

É uma sarna contagiosa entre animais, mas não acomete os humanos, causada pelo ácaro Otodectes cynotis, que fica na superfície da pele dos condutos auditivos e se alimenta de debris celulares. Provoca coceira excessiva e inflamação do ouvido, com acúmulo de material escuro na região acometida. É muito comum entre os gatos.

No que a sarna afeta os animais

De acordo com a veterinária, o principal problema da sarna é a coceira, seguido da fragilidade da pele que fica suscetível a infecções bacterianas e fúngicas devido a ação dos ácaros e ao ato constante de se coçar.

“A queda de pelos provocada pela sarna também reduz a barreira protetora da pele. Além disso, a coceira interfere muito no bem-estar dos pets”, diz Mariana ao Canal do Pet.

Como prevenir a sarna

“Alguns antipulgas e carrapatos atuam também na prevenção do aparecimento de sarnas”, avisa a veterinária.

  • higienização do ambiente, dos comedouros e bebedouros;
  • evitar contato com outros animais contaminados;
  • evitar estresse
  • oferecer uma alimentação de qualidade;
  • limpar bem as orelhas do animal;
  • manter vacina e vermífugos em dia;
  • se for o caso, conferir o ambiente do pet shop que o pet frequenta;
  • acompanhamento com um médico veterinário.

“Quando pensamos na sarna negra, que não tem cura, é importante fortalecer sempre a imunidade do pet com uma nutrição adequada e suplementos necessários, como por exemplo os suplementos que tenham extrato de Euglena gracilis, conhecida por dar suporte imunológico para a pele dos cães”, orienta.

A especialista alerta sobre a importância de manter a higienização adequada e constante das orelhas dos cães e dos gatos pois, além de ajudar no bem-estar, auxilia na prevenção da sarna de ouvido.

Os principais cuidados

É importante levar o pet ao veterinário para identificar a causa da sarna, assim o profissional indicará o melhor tratamento
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É importante levar o pet ao veterinário para identificar a causa da sarna, assim o profissional indicará o melhor tratamento

Mariana destaca que é importante ter cuidados constantes com a pele dos pets, não apenas em casos de sarna, os cuidados devem ser internos (com alimentação) e externos.

“Manter a saúde da pele através da nutrição com alimentos ricos em Omega-3 e 6, vitaminas e aminoácidos é essencial. A utilização de shampoos e hidratantes com estrato de aveia auxiliam no cuidado e hidratação adequados da pele, fortalecendo a barreira de proteção natural e nutrindo o bioma cutâneo”, explica.

O tratamento da sarna

Apesar dos diferentes tipos, os sinais mais comuns são bem parecidos em cães e gatos, o que ajuda a identificar quando o animal está sofrendo com a doença.

  • queda de pelo (alopecia);
  • coceira;
  • descamação;
  • escoriações;
  • feridas;
  • vermelhidão ou hiperpigmentação (a pele escurece);
  • odor forte;
  • perda de peso.

Apesar de ser uma doença comum, é necessário saber exatamente qual é o causador, antes de oferecer qualquer medicamento ao animal. O tutor deve sempre levar o pet ao veterinário ao notar o menor sinal da doença.

“O tratamento é baseado no combate aos ácaros, por isso é importante saber qual é o agente causador da sarna antes para saber qual o melhor medicamento, as doses e o intervalo de administração”, pontua a veterinária.

Identificada a causa da doença por meio de exames clínicos (amostra de pele), o veterinário irá diagnosticar o melhor tratamento.

“Na maioria dos casos, shampoos e sabonetes específicos são recomendados, assim como alguns remédios de aplicação tópica. Em casos mais graves, pode ser necessária a utilização de remédios orais ou injetáveis”, completa.

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