Umas das doenças mais conhecidas, especialmente por ter efeitos bastante visíveis no corpo do animal, a sarna causa vermelhidão e uma intensa queda de pelos.
A doença afeta principalmente animais em situação de rua, mas pode acometer animais de estimação se não houver cuidados necessários com a saúde do pet e do ambiente onde ele vive.
A médica veterinária Mariana Raposo explica que a sarna é uma doença de pele causada por três tipos de ácaros diferentes e pode ser contagiosa.
Os ácaros causadores das sarnas podem chegar aos animais por diferentes meios, desde a transmissão de um animal para o outro, até a manifestação natural, quando o cão ou gato está com a imunidade baixa.
Os três principais tipos são:
Sarna sarcóptica (“escabiose”)
É mais comum em cães, mas pode acometer os felinos e pode ser transmitida aos seres humanos (é uma zoonose). Causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, que “cava” tuneis nas áreas profundas da pele e causa intensa coceira e vermelhidão na pele.
Sarna demodécica
A famosa “sarna negra”, é causada pelo ácaro Demodex canis que vive naturalmente na pele dos cães. Ela não é contagiosa, mas também não é curável, os sintomas aparecem quando ocorre uma queda no sistema imunológico dos cães – que favorece a reprodução do ácaro. Ela não provoca coceira (exceto quando contaminadas por bactérias), os animais com sarna demodécica apresentam vermelhidão da pele e queda de pelos localizada.
Sarna otodécica (“sarna de ouvido”)
É uma sarna contagiosa entre animais, mas não acomete os humanos, causada pelo ácaro Otodectes cynotis, que fica na superfície da pele dos condutos auditivos e se alimenta de debris celulares. Provoca coceira excessiva e inflamação do ouvido, com acúmulo de material escuro na região acometida. É muito comum entre os gatos.
No que a sarna afeta os animais
De acordo com a veterinária, o principal problema da sarna é a coceira, seguido da fragilidade da pele que fica suscetível a infecções bacterianas e fúngicas devido a ação dos ácaros e ao ato constante de se coçar.
“A queda de pelos provocada pela sarna também reduz a barreira protetora da pele. Além disso, a coceira interfere muito no bem-estar dos pets”, diz Mariana ao Canal do Pet.
Como prevenir a sarna
“Alguns antipulgas e carrapatos atuam também na prevenção do aparecimento de sarnas”, avisa a veterinária.
- higienização do ambiente, dos comedouros e bebedouros;
- evitar contato com outros animais contaminados;
- evitar estresse
- oferecer uma alimentação de qualidade;
- limpar bem as orelhas do animal;
- manter vacina e vermífugos em dia;
- se for o caso, conferir o ambiente do pet shop que o pet frequenta;
- acompanhamento com um médico veterinário.
“Quando pensamos na sarna negra, que não tem cura, é importante fortalecer sempre a imunidade do pet com uma nutrição adequada e suplementos necessários, como por exemplo os suplementos que tenham extrato de Euglena gracilis, conhecida por dar suporte imunológico para a pele dos cães”, orienta.
A especialista alerta sobre a importância de manter a higienização adequada e constante das orelhas dos cães e dos gatos pois, além de ajudar no bem-estar, auxilia na prevenção da sarna de ouvido.
Os principais cuidados
Mariana destaca que é importante ter cuidados constantes com a pele dos pets, não apenas em casos de sarna, os cuidados devem ser internos (com alimentação) e externos.
“Manter a saúde da pele através da nutrição com alimentos ricos em Omega-3 e 6, vitaminas e aminoácidos é essencial. A utilização de shampoos e hidratantes com estrato de aveia auxiliam no cuidado e hidratação adequados da pele, fortalecendo a barreira de proteção natural e nutrindo o bioma cutâneo”, explica.
O tratamento da sarna
Apesar dos diferentes tipos, os sinais mais comuns são bem parecidos em cães e gatos, o que ajuda a identificar quando o animal está sofrendo com a doença.
- queda de pelo (alopecia);
- coceira;
- descamação;
- escoriações;
- feridas;
- vermelhidão ou hiperpigmentação (a pele escurece);
- odor forte;
- perda de peso.
Apesar de ser uma doença comum, é necessário saber exatamente qual é o causador, antes de oferecer qualquer medicamento ao animal. O tutor deve sempre levar o pet ao veterinário ao notar o menor sinal da doença.
“O tratamento é baseado no combate aos ácaros, por isso é importante saber qual é o agente causador da sarna antes para saber qual o melhor medicamento, as doses e o intervalo de administração”, pontua a veterinária.
Identificada a causa da doença por meio de exames clínicos (amostra de pele), o veterinário irá diagnosticar o melhor tratamento.
“Na maioria dos casos, shampoos e sabonetes específicos são recomendados, assim como alguns remédios de aplicação tópica. Em casos mais graves, pode ser necessária a utilização de remédios orais ou injetáveis”, completa.
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