A Leishmaniose Visceral Canina é uma doença transmitida pelo mosquito-palha que, ao picar o animal, introduz na circulação sanguínea o protozoário do gênero  Leishmania infantum chagasi , causador da doença. O número de casos, assim como a taxa de mortalidade em humanos e animais, aumenta anualmente.

Veterinária explica mitos e verdades sobre Leishmaniose Visceral Canina
Hospital Veterinário Santa Inês
Veterinária explica mitos e verdades sobre Leishmaniose Visceral Canina

Os principais indícios que os cães podem apresentar da doença é a perda de peso, anemia, feridas e descamações na pele, crescimento exagerado das unhas, ínguas (aumento de volume dos gânglios), alterações renais e/ou hepáticas. A falta de informação sobre a leishmaniose visceral canina dificulta a implementação de medidas de prevenção.

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Por isso, para auxiliar na difusão de dados corretos sobre a Leishmaniose canina, a médica veterinária e gerente de produtos da Ceva Saúde Animal, Priscila Brabec, separou mitos e verdades sobre a doença.

1 – Existe cura nos cães.

MITO! Lamentavelmente, até o momento, não existe comprovação de cura para essa doença. As medicações disponíveis hoje no mercado apenas diminuem o número de parasitas circulantes no organismo do animal. Isso pode promover a cura clínica ou amenizar as manifestações da doença e melhorar a qualidade de vida do pet, mas o acompanhamento será para o resto da vida dele.

2 – A vacina não impede a infecção no cão.

VERDADEIRO! A infecção se dá por meio da picada do mosquito palha infectado e, por isso, o que ajuda a prevenir a infecção é o uso de produto repelente, que impede a ação do vetor, ou seja, a picada. A vacina contra leishmaniose visceral canina tem ação contra o protozoário Leishmania, caso o cão seja picado por um mosquito palha infectado. Por isso, é importante utilizar os dois itens, assim, será feita uma barreira dupla de proteção para o animal.

3 – O cão pode transmitir a doença diretamente para o humano.

MITO! O contato com um animal infectado não transmite a doença para os humanos. Tanto o cão como o humano só são contaminados por meio da picada do mosquito palha infectado.

4 – Só quem vive em regiões endêmicas deve se preocupar com a doença.

MITO! A transmissão da leishmaniose visceral canina já foi confirmada em 25 das 27 unidades federativas do Brasil. Não morar em uma região endêmica não significa estar fora de risco, afinal, os cães podem viajar para uma área afetada e se infectar no local. Por isso, a prevenção é sempre indicada.

5 – A proteção desenvolvida no animal vacinado é baixa.

MITO! A proteção da vacina contra leishmaniose visceral canina é individual e em torno de 92 a 96% no animal vacinado.  A vacina age estimulando o sistema imune contra o protozoário Leishmania, se o animal for infectado pelo mosquito palha. Recomenda-se sempre associar a vacinação ao uso de um produto repelente tópico.

6 – A vacina causa muita reação.

MITO! Como qualquer vacina, alguns cães podem ser mais sensíveis devido à uma resposta imunológica individual. Alguns animais vacinados podem apresentar uma reação inflamatória no local da vacinação, o que pode causar dor, apatia, diminuição do apetite, e até febre, de maneira semelhante ao que ocorre em crianças vacinadas, por exemplo.

7 – É necessário fazer um teste sorológico antes de iniciar a vacinação contra a leishmaniose.

VERDADEIRO! O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) exige a realização do exame previamente ao início da vacinação. Somente animais assintomáticos e negativos devem ser vacinados.

9 – A vacina torna a sorologia do cão positiva.

MITO! Por promover o estímulo predominante da resposta celular, não torna a sorologia (quantidade de anticorpos no soro) do animal positiva após a vacinação por induzir apenas a produção de anticorpos anti-A2 (não detectado nas sorologias convencionais disponíveis para o diagnóstico da enfermidade – testes rápidos comerciais e sorologias laboratoriais com o kit licenciado pelo MAPA).

"É imprescindível proteger os cães com a vacinação, para estimular o sistema imune do animal contra o parasita, e uso de produto repelente, que evita a picada do mosquito. Paralelamente, é necessário também investir em medidas sanitárias, como evitar o acúmulo de lixo e restos orgânicos em locais abertos, pois isso cria o ambiente ideal para a proliferação do mosquito-palha, que é o vetor da doença", finaliza a especialista.

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