Dados do IBGE indicam que, das mais de 11 milhões de pessoas acometidas pela depressão no Brasil, a maioria é de idosos - a maior porcentagem está na faixa etária entre 60 e 64 anos. Com os cachorros isso não é diferente, os idosos estão mais propensos a desenvolver a condição.
De acordo com a veterinária Adriana Souza dos Santos, da clínica Amahvet, isso ocorre porque os cães idosos têm maior probabilidade de adquirir disfunções cognitivas, que são distúrbios associados ao envelhecimento das células do sistema nervoso. Isso gera desordens obsessivas, causando uma alteração bioquímica do sistema nervoso e acarretando na alteração de humor.
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Isso não significa que a depressão atinja apenas cães idosos, pelo contrário, pets de todas as faixas etárias podem desenvolver a doença. Além do envelhecimento das células, outras causas podem ser falta de atenção e amor dos tutores, mudanças na rotina, de casa, e até a chegada de um bebê na família, visto que as atenções podem ficar voltadas ao novo integrante.
Assim, é extremamente importante estar atento aos sinais que o pet dá. Adriana diz que os principais sintomas da depressão são apatia (sono excessivo durante período que ficam sozinhos), mudança no hábito de se alimentar e dormir, retenção de urina e fezes, isolamento social (como não querer passear e brincar), agressividade temporária e ansiedade. Se o animal apresentar algum desses, o veterinário deve ser consultado para analisar o caso.
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O diagnóstico é feito através de um questionário chamado MEDIDEC (Método de Diagnóstico de Depressão em Cães). Nele há perguntas relacionadas ao comportamento do animal que auxiliam o veterinário na identificação da doença.
Não há um tratamento definido, mas, para ajudar o pet, ações como dar mais atenção, carinho e estímulos para passeios e brincadeiras, são importantes. Acompanhar o bichinho em sua rotina e se mostrar presente é essencial para que ele não se sentir solitário.
“Temos que sempre analisar a rotina do nosso pet para um diagnóstico precoce da doença, porém não devemos esquecer que o acompanhamento com o médico veterinário deve ser frequente, para diagnóstico e principalmente como profilaxia da doença”, afirma Adriana.