Agosto é conhecido como o “ mês do cachorro louco ”. O motivo do nome é que nesse mês, de acordo com o veterinário Ricardo Cabral, da Virbac, "As condições climáticas – temperatura, incidência de chuvas, ar – podem auxiliar no cio das cadelas", fazendo com que elas "sincronizem o cio ". Por causa das fêmeas férteis, os machos começam a disputar entre si para decidir quem vai acasalar.
Mesmo que isso seja algo “natural” da espécie, o problema pode ser grave se o cão estiver contaminado com raiva , já que ele irá transmitir pela saliva quando atacar seus “inimigos”, criando um ciclo de animais contaminados.
Ricardo acrescenta que como o Brasil é um país tropical, esse fator pode acontecer em outras épocas do ano. "Isso vai depender mais da raça e do porte do animal, além do estado de saúde e condição física dele”, explica. Mas, foi agosto que ficou conhecido como o "mês do cachorro louco" e, por isso, o período é utilizado para campanhas de conscientização da população para raiva.
Neste ano, por questões de atraso das entregas das vacinas antirrábicas, a Prefeitura de São Paulo cancelou os postos móveis de vacinas para os pets, o que está previsto para começar apenas a partir de novembro. Por isso, os veterinários estão se mobilizando para divulgar a importância da vacinação.
“Quando diagnosticados com raiva, muitas vezes os animais são encaminhados para eutanásia quando diagnosticados, portanto, a prevenção através da vacina é de extrema importância”, alerta o veterinário que ainda explica um pouco mais sobre a doença. “Ela afeta o sistema nervoso central e o tempo entre o animal ser mordido e apresentar os sintomas pode variar muito. A variação tem a ver com o local que foi realizada essa mordida, porque o vírus sobe pelo sistema neurológico.”
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O grande vilão disso tudo é o morcego . “Este mamífero voador é um dos principais exemplos de transmissor, já que para se alimentar ele precisar morder o animal. Quando morde um cão, o pet passa a transmitir a raiva nas fases mais avançadas da doença quando eles estão mais agressivos”, diz.
Além das doenças virais, como raiva e leishmaniose , as brigas entre os machos também podem trazer outros problemas. “Os conflitos podem prejudicar regiões corporais do cão, causando perfurações de pele, músculos, olhos, narinas, boca e orelhas, entre outras regiões mais expostas, e que dependendo da intensidade, podem levar ao óbito”, explica Ricardo.
E, em vez de apenas tomar providências quando chega o “ mês do cachorro louco ”, Ricardo reforça que o ano todo se deve tomar cuidado com a doença. “O cão ou gato devem ter sempre a vacinação em dia, independente de campanha de vacinação ou do mês, para evitar que a doença se prolifere em meses suscetíveis, como é o caso de agosto”, finaliza.