Com o mercado pet crescendo a cada dia mais, é natural que os estabelecimentos comerciais queiram atrair o público amante de animais de estimação, que consideram seus pets como parte da família e, para isso, utilizam o selo “pet friendly”. Para se ter um exemplo, de acordo com dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os lares brasileiros já têm mais animais de estimação do que crianças.
Para saber se um bar, restaurante ou hotel que o tutor pretende levar o seu pet é realmente pet friendly ou está apenas quer ganhar dinheiro de um tutor desavisado? Para isso, o Canal do Pet conversou com Patrícia Camargo, que viaja com seus cãezinhos desde 2016, já tendo frequentado mais de 30 lugares pet friendly e, com a experiência, passou a realizar consultorias em locais que que desejam se tornar, de fato, amigáveis para os animais de estimação.
Em suas viagens, Patrícia, por meio de seu site “ Eu, Você e os Pets ”, no qual lista os lugares que já visitou e descreve a experiência “nível pet friendly”, dando dicas aos tutores que desejam ter a mesma experiência com seus peludos, ressalta a importância de um estabelecimento que realmente seja amigável aos pets.
“É muito fácil identificar quando um lugar se preocupou em procurar ajuda, de um que só se decidiu virar a chave e usar a bandeira pet friendly. Independente da bandeira que decida abraçar, é importante entender quais são as necessidades desse público”, explica.
Para Patrícia, o público que tem pet e que faz questão de levar o bichinho como acompanhante para os locais precisa ter suas necessidades entendidas. “Quais são as necessidades dessa pessoa. O que ela espera? O que pode ser feito para surpreender? É preciso entender esse cenário para assim atender, ao menos o básico, das necessidades do público. E aí sair na frente, trazendo outras experiências positivas”, destaca.
Também se destaca a necessidade de, não apenas entender quem é o tutor, que faz questão de levar seu bichinho, mas também o pet que vai a esses lugares. “Como aumentou muito a aceitação e o conceito pet friendly, no Brasil – algo que no exterior já é muito mais avançado, indo de supermercados até agências bancárias – o turismo aumenta cada vez mais e é aí que se começa a identificar o que chamamos de ‘pet friendly fake’, que são os estabelecimentos que se intitulam pet friendly, mas quando se chega ao local, os cães só podem ir no colo do tutor, entre outras restrições”.
Muitos locais afirmam ser pet friendly, contudo o sistema não funciona exatamente assim. Para atender aos locais que desejam qualificar o serviço destinado ao público, o “Eu, Você e os Pets” passou a ser procurado para dar orientações, já conhecidos por suas experiências. “Nós passamos a ser procurados e surgiu essa oportunidade de ajudarmos. Não apenas pelas nosso ponto de vista, mas também de outros tutores. Conversamos muito sobre essas questões e cada uma passa a sua vivência. A cada dia que passa, as coisas mudam bastante”, afirma.
Atualmente, são realizadas consultorias para hotéis, shoppings e outros lugares que desejam se tornar pet friendly e em ações que podem ser feitas para atrair e agradar ao público. Até mesmo prefeituras já buscaram pelos serviços para enriquecer o turismo voltado para esse público.
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Diferentes lugares, diferentes costumes
Patrícia cita exemplos de regiões como Capitólio (MG) , onde muitos lugares aceitam os animais de estimação quase sem restrições. “Lá não tivemos problemas, qualquer lugar que visitamos e perguntávamos se poderíamos entrar com os pets, não havia problema. Já em outros lugares, as pessoas te olham com desconfiança”.
Em praias do Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, a presença de animais é liberada por lei e em outros lugares, como Santos (onde Patrícia mora), ela afirma que já estão caminhando para isso.
Questões sanitárias e respeito
Patrícia lembra também que, locais como bares e restaurantes, onde há manipulação de alimentos, passa por toda uma questão de vigilância sanitária, que regulamente o que pode e o que é permitido ou não. “Eu acho que é importante falar que, por mais que a gente lute por mais lugares pet friendly, nós entendemos que existe espaço para todo mundo e precisamos respeitar quem não gosta de cachorros, quem tem medo, ou traumas pelo contato”, conta. “Mas esse público também precisa entender que existem muitos casos de pessoas que são sozinhas e que o pet é a única companhia. Os pets também, muitas vezes, acompanham por questões de tratamento emocional, como depressão. Então é preciso ter um pouco de cuidado em relação a isso”.
O ramo pet friendly é uma tendência que se precisa respeitar e os estabelecimentos precisam entender o que verdadeiramente é o conceito pet friendly, para que ninguém, ao levar o animalzinho para um passeio, caia em roubadas.