
Uma cena de coragem surpreendeu moradores de Leopoldina( MG), nesta quinta-feira (29). Uma idosa de 77 anos conseguiu conter um pitbull que a atacou enquanto ela caminhava sozinha.
O animal, aparentemente sem focinheira ou coleira, mordeu o braço da vítima e tentou atingir o pescoço, mas foi dominado pela própria mulher, que conseguiu segurar as patas dianteiras do cão até a chegada dos bombeiros.
A senhora, mesmo ferida, reagiu com frieza e firmeza. O Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência ( Samu) foram acionados. A vítima sofreu escoriações no braço, foi encaminhada a uma unidade de saúde e passa bem.
O caso reacende o alerta sobre a importância de saber como agir em situações de ataque por cães, especialmente de raças como o pitbull, que possuem porte atlético, força muscular elevada e comportamento imprevisível quando mal socializados ou soltos em ambientes públicos.
Em entrevista ao Portal iG, o médico veterinário Daniel Costa Medeiros alerta que o instinto de caça desses animais pode ser ativado por estímulos mínimos.
“A única forma eficaz de interromper um ataque de pitbull ou rottweiler é a asfixia controlada. Use o que estiver à mão — cinto, corda, alça de bolsa — para pressionar o pescoço do animal por alguns segundos. Isso faz com que ele solte a vítima sem causar danos permanentes” , explica.
Quanto à autodefesa, o veterinário faz um alerta direto:
“Nunca segure as patas do cão. Ele pode se virar e atacar novamente. Proteja seu pescoço e jugular a qualquer custo — são os alvos naturais desses animais.”
Medeiros também critica a conduta de tutores despreparados:
“Estamos brincando de criar predadores. Essas raças exigem tutores experientes, não pessoas que os tratam como bebês. A humanização excessiva é a raiz desses acidentes” , afirma.
Após um ataque, a orientação médica é clara. “Se não houver comprovação da vacina antirrábica do cão, a vítima deve iniciar tratamento imediatamente. A boca canina tem bactérias perigosas — mesmo ferimentos leves exigem antibióticos” , ressalta o veterinário.
Para ele, episódios como o de Leopoldina (MG) só deixarão de ocorrer quando houver responsabilização mais firme.
“Enquanto não houver fiscalização rigorosa e multas pesadas para donos irresponsáveis, esses casos continuarão acontecendo. O bolso é onde o ser humano mais sente” .
Guia rápido: aprenda a se proteger de ataques caninos
Mantenha a calma: por mais difícil que pareça, evite movimentos bruscos, correr ou gritar. Isso pode ativar o instinto de caça do cão.
Proteja áreas vitais: use os braços para proteger o rosto e o pescoço.
Crie barreiras: tente colocar objetos como bolsas, casacos ou mochilas entre você e o animal.
Evite confrontos diretos: bater ou encarar o cão pode deixá-lo ainda mais agressivo.
Peça ajuda e chame socorro imediatamente: assim que possível, acione os serviços de emergência.
Após o ataque, é essencial procurar atendimento médico, mesmo em casos de ferimentos leves. A aplicação de vacinas antitetânica e antirrábica pode ser necessária. Além disso, o episódio deve ser registrado junto às autoridades, tanto para responsabilizar o tutor quanto para prevenir novos casos.