Cher, à esquerda, e Bingo, à direita, viajam para competir internacionalmente em concursos organizados pela Federação Internacional Felina
Divulgação/PremierPet
Cher, à esquerda, e Bingo, à direita, viajam para competir internacionalmente em concursos organizados pela Federação Internacional Felina

As competições internacionais envolvendo felinos não são algo novo no Brasil ou no mundo, e ocorrem formalmente há pelo menos 70 anos, desde a criação da Federação Internacional Felina (FIFé).

Criada em 1949 por Marguérite Ravel, a organização se define hoje como uma Organização das Nações Unidas (ONU) dos gatos . Além de organizar competições anuais, a instituição é a responsável pela emissão de "pedigrees" para gatos, que funcionam como documentos de identificação dos felinos.

Criada inicialmente na Europa , a FIFé também cataloga e elabora os critérios de definição de raças, utilizando as competições para ranquear e premiar os gatos que mais se adequarem ao perfil de cada raça. Bingo e Cher são dois gatos acostumados com a rotina de concursos, tanto nacional quanto internacionalmente.

Bingo, um gatinho da raça Oriental , foi vice-campeão mundial na última exposição organizada pela FIFé, a World Cat Show 2023, que ocorreu na França , enquanto Cher, uma Maine Coon , concorreu como finalista em sua categoria.

As categorias se dividem entre “Raças de Pelo Longo”, “Raças de Pelo Semi-longo” Raças de Pelo Curto”, “Raças Orientais e Sem Pelo” e “Domésticos”, para os gatos que não têm raça definida.

Bingo Orient Movement, o Oriental

Fábio e Rodrigo são os tutores de Bingo, que concorre como oriental nas competições internacionais
Divulgação/PremierPet
Fábio e Rodrigo são os tutores de Bingo, que concorre como oriental nas competições internacionais

Rodrigo Araújo e Fábio Lobo são os “pais” de Bingo Orient Movement, ou simplesmente Bingo, um gato da raça oriental de 10 meses, que à época do World Cat Show 2023, competição que ocorreu em novembro do ano passo, tinha seis meses e concorria na categoria criada para gatos filhotes.

Fábio Lobo, em entrevista ao Canal do Pet, explica que o trabalho de cuidador começou por uma paixão por felinos. “Eu sempre digo que gato é contagioso, então quando você tem o primeiro você quer o segundo e de repente você só pensa em gato”, conta.

Ele e Rodrigo já criam orientais há 12 anos e durante esse período, participaram de todas as finais em que competiram, além de acumularem cinco segundos colocados, incluído o World Cat Show 2023.

Fábio explica que o treinamento para as competições entre felinos é diferente do treinamento dado para cães que também participam de competições. Os critérios da FIFé estão muito mais relacionados ao padrão da raça, e à personalidade do pet, segundo o tutor.

“Não é como um cachorro que tem que andar, que tem que parar... não funciona assim. Os gatos vão para a mesa do juiz e eles são avaliados em cima da mesa. Então o que o gato tem que ter é um temperamento tranquilo”, conta.

O tutor também conta que gatos da raça Siamês, em que estão incluídos os orientais, são de personalidade tranquila, e que isso é um grande facilitador nas competições.

Bingo foi vice-campeão em 2023, na subcategoria
Reprodução/Instagram
Bingo foi vice-campeão em 2023, na subcategoria "Filhote", da categoria "Raças Orientais e Sem Pêlo"

“São gatos que na minha casa convivem com gente, com visita, comigo, com o Rodrigo, com o pessoal que trabalha lá em casa [...] Eles já tem uma interação com as pessoas, então eles sabem que quem vai tocar nele vai tocar para fazer carinho”, explica.

Na rotina de Bingo e dos outros siameses que criam, Rodrigo e Fábio prezam principalmente por uma boa alimentação, alcançada por  rações premium, sejam secas ou úmidas.

“A gente tem que manter eles em boas condições de alimentação, e tendo a boa condição de alimentação o gato se desenvolve bem. Fica com o peso ideal, tem uma pelagem bonita, brilhante, então assim, não adoecem”, detalha Fábio.

Ele conta ainda que uma rotina de banho também é tão importante quanto a alimentação, com o uso de produtos como shampoos, condicionadores e abrilhantadores de pelagem dos felinos.

“É uma rotina comum de todos os gatos que vão à exposição, mas alguns exigem um pouco mais de trabalho, então os gatos que têm pelo longo a gente usa muito mais produto. Tem muito mais produto para deixar o pelo mais brilhante, mais sedoso, então assim, difere de raça para raça”, diz.

Cher, A Maine Coon

Ângela Stoicov cria maine coons há 17 anos, e tem 11 gatos em casa
Divulgação/PremierPet
Ângela Stoicov cria maine coons há 17 anos, e tem 11 gatos em casa

Ângela Stoicov é a mãe de Cher, da raça Maine Coon, que concorreu na categoria de “Raças de Pelo Semi-longo”, na World Cat Show 2023, na subcategoria que avalia as fêmeas que têm de 8 a 12 meses.

Ao Canal do Pet , ela conta que sua história com Maine Coons começou em 2005, quando seu marido a presenteou com um gatinho da raça. “Eu o achava tão lindo, que tive a ideia de inscrevê-lo em um concurso de beleza”, explica.

“Foi em uma exposição do CBG [O Clube Brasileiro do Gato, responsável por internacionalizar a FIFé na década de 1970] em 2006. A juíza me apontou todas as faltas que ele tinha e me explicou porquê ele não poderia receber o certificado”, continua.

Foi então que Ângela decidiu que queria um gato que fosse capaz de vencer um concurso. Foi ao adotar três fêmeas importadas, de linhagens campeãs, que começou sua jornada no mundo das exposições de felinos, há 17 anos.

Cher é uma gata adulta acostumada com o ambiente competitivo
Arquivo pessoal/Ângela Stoicov
Cher é uma gata adulta acostumada com o ambiente competitivo

Além da importância da rotina com alimentação e banho, Ângela destaca que a forma de criação também faz diferença no momento das competições. Como Cher é uma gata de pelos semi-longos, sua tutora também preza por bons produtos que amaciam e abrilhantam a pelagem da pet.

“Não crio meus gatos em gaiolas ou baias. Eles desfrutam de convívio familiar, têm acesso a toda a casa, dormem na cama com a gente, têm quintal para brincar, arranhadores, brinquedos. Tudo isso os deixa felizes, e gato feliz é gato bonito na certa”, conta.

Ela detalha os treinamentos que dá a Cher e seus outros 10 gatos da raça Maine Coon, com quem convive em casa. A cuidadora leva em consideração o conforto dos gatos nas apresentações, e utiliza técnicas para acostumá-los aos ambientes de competição.

“Em casa, por alguns instantes, seguramos o gato na posição que ele deve se apresentar, para que ele se habitue a ser apresentado. A brincadeira com varinhas de penas desperta neles a curiosidade e os deixa mais alerta, mostrando assim suas características faciais e de cabeça, além de estimular a brincadeira e mostrar simpatia”, explica.

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