
Assim como acontece com humanos, cães e gatos também recorrem cada vez mais à fisioterapia para recuperar movimentos, aliviar dores e retomar rotinas após cirurgias, traumas ou doenças crônicas.
Antes vista como um serviço de nicho, a reabilitação animal ganhou espaço na medicina veterinária moderna e hoje faz parte do cuidado integrativo em muitas clínicas, inclusive em planos de saúde pet.
Pedro Risolia, veterinário da Petlove, explica que a área se tornou essencial, especialmente quando o foco é regeneração e qualidade de vida.
“O serviço pode ser utilizado no tratamento de traumas, fraturas, lesões e outras enfermidades ortopédicas, neurológicas, além de obesidade, paresia e paralisia e problemas posturais. A categoria ainda promove a prevenção de doenças degenerativas, no alívio de dores agudas ou crônicas e na recuperação pós-operatória”, afirma.
Entre os recursos mais comuns está a hidroterapia, realizada em esteira aquática. A prática é indicada para pacientes com artrose, já que a água aquecida reduz o impacto nas articulações e contribui para o relaxamento muscular.
Outra ferramenta importante é a laserterapia. Segundo Pedro, “ela atua como um anti-inflamatório e analgésico em nível celular, acelerando a cicatrização de feridas e reduzindo a dor de condições crônicas”.
Os tratamentos incluem ainda a cinesioterapia, exercícios funcionais que devolvem força e coordenação, especialmente após cirurgias neurológicas, e técnicas manuais, como massoterapia, voltadas a aliviar tensões e estimular a circulação sanguínea e linfática.
A terapia também dialoga com práticas integrativas:
“A acupuntura utiliza agulhas em pontos específicos para o alívio da dor e restauração do equilíbrio, enquanto a quiropraxia foca na melhoria das funções articulares, com atenção especial à coluna vertebral”, explica.
Para quadros ortopédicos ou de inflamação mais intensa, outras tecnologias complementam o tratamento.
Pedro destaca a eletroterapia, usada para reestruturar tecidos e tratar processos inflamatórios articulares, e a crioterapia, aplicação de gelo, recomendada após traumas para reduzir edemas e espasmos musculares.
“A ozonioterapia surge como um tratamento sistêmico, utilizando o gás ozônio como agente terapêutico para promover ação antioxidante e melhorar a oxigenação celular em diversas patologias”, acrescenta.
Segundo o especialista, a fisioterapia vai muito além da recuperação física. Ela é capaz de reduzir riscos de novas lesões, melhorar a locomoção, fortalecer o sistema imunológico e proporcionar bem-estar emocional. Muitos tutores relatam até mudanças comportamentais.
“Os pets podem ficar mais relaxados, confiantes e sociáveis”, diz Pedro.