Documentos devem adotar a expressão “responsável pelo animal”
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Documentos devem adotar a expressão “responsável pelo animal”

A Resolução nº 1.653/2025 do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), em vigor desde 2 de julho, alterou oficialmente a terminologia usada em documentos da área. De agora em diante, prontuários, carteiras de vacinação e outros registros devem adotar apenas a expressão “responsável pelo animal”, substituindo termos como “tutor” ou “proprietário”.

Mais do que uma atualização de linguagem, a mudança busca reforçar a responsabilidade ética, legal e afetiva de quem convive com os pets.

A nova nomenclatura reflete o reconhecimento dos animais como seres sencientes, capazes de sentir e sofrer, e simboliza uma evolução na relação entre humanos e animais no Brasil.

“O cuidado vai além da posse, envolve atenção, bem-estar e respeito”

Em entrevista ao portal iG, o médico-veterinário Francis Flosi, diretor da Faculdade Qualittas, comenta os impactos da medida e o que ela representa para a medicina veterinária e para os tutores, agora oficialmente chamados de responsáveis.

Por que o CFMV decidiu substituir o termo “tutor” por “responsável pelo animal”?

Essa mudança vem para padronizar a linguagem técnica em todos os documentos veterinários, mas também para deixar claro que a convivência com um pet é um compromisso ético e legal.

O termo “responsável pelo animal” traduz isso de forma mais precisa: cuidar de um ser vivo, seguir orientações médicas, garantir bem-estar e arcar com os custos necessários.

A alteração é apenas terminológica ou tem reflexos práticos?

Ela vai além do vocabulário. Traz uma nova mentalidade, porque reforça que o animal não é uma posse, mas um ser que depende de cuidados constantes.

O veterinário passa a ter um papel mais ativo como educador, ajudando a sociedade a compreender o que significa guarda responsável.

O termo “tutor” vinha sendo amplamente usado. Há resistência a essa mudança?

Alguns profissionais ainda se habituam à nova nomenclatura, mas a tendência é de rápida adesão, justamente porque o conceito faz sentido.

O termo “tutor” tinha uma conotação mais afetiva, mas carecia de base legal. “Responsável pelo animal” une as duas coisas — o afeto e a obrigação.


Qual o papel da medicina veterinária nesse novo contexto?

É fundamental. O médico-veterinário é o elo entre o conhecimento técnico e a consciência social. Nossa função não é apenas tratar doenças, mas orientar famílias, alertar sobre prevenção e estimular o respeito à vida animal.

Nova terminologia reforça guarda responsável e uniformiza documentos

Com a resolução, o CFMV busca unificar a linguagem em todo o país e fortalecer a educação sobre guarda responsável. Todos os documentos, públicos e privados, devem adotar a expressão “responsável pelo animal”.

A medida acompanha o aumento do número de pets nos lares brasileiros e a crescente demanda por práticas de bem-estar animal.

Em última instância, mais do que tutores, os brasileiros passam a ser reconhecidos oficialmente como responsáveis por vidas que confiam neles.

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