
A elefanta africana Pupy morreu aos 35 anos no Santuário de Elefantes Brasil (SEB), localizado em Chapada dos Guimarães. Segundo a instituição, ela sofreu um colapso repentino e não resistiu, mesmo após o atendimento veterinário imediato, no dia 10 de outubro.
Pupy havia sido transferida há apenas cinco meses de um ecoparque em Buenos Aires, na Argentina, onde viveu por décadas em cativeiro. Sua chegada ao Brasil representava o início de uma nova fase de liberdade e reabilitação.
Em nota, o santuário lamentou profundamente a perda.
“Essa é uma das partes mais difíceis da vida em um santuário. Recebemos elefantes idosos que viveram décadas sem alimentação adequada ou cuidados médicos. Mesmo que o tempo aqui tenha sido breve, Pupy partiu cercada de amor, liberdade e cuidado”, destacou a instituição, que também agradeceu o apoio de todos que contribuíram para sua transferência.
Nos dias que antecederam sua morte, a elefanta apresentou desconforto gastrointestinal. Segundo a equipe do SEB, na tarde do mesmo dia ela chegou a expelir cerca de 1,5 kg de pedras escuras, ficando visivelmente enfraquecida e com alterações no comportamento.
Pouco antes de morrer, suas patas cederam enquanto recebia água de um cuidador. A veterinária do santuário tentou reanimá-la, mas Pupy não resistiu.
"Essa é uma das partes mais difíceis da vida em um santuário. Recebemos elefantes idosos que viveram décadas sem alimentação adequada ou cuidados médicos. Esperamos que o santuário possa curar parte dessas feridas. Mas os efeitos do cativeiro são profundos — e, às vezes, irreversíveis", escreveu a instituição.
Uma necropsia será realizada para identificar as causas da morte, e os resultados devem levar até três meses para serem divulgados.
Durante os meses em que viveu no santuário, Pupy era descrita pela equipe como tranquila e sociável. Foi a primeira elefanta africana a habitar o local, que já acolhe cinco elefantas asiáticas resgatadas de circos e zoológicos: Bambi, Mara, Raia, Maia e Guilhermina.
Pupy chegou ao Brasil após percorrer 2,6 mil quilômetros dentro de uma caixa de transporte especial, em uma viagem terrestre que durou vários dias. Em 2020, a prefeitura de Buenos Aires havia autorizado a transferência dela e de sua companheira Kuky para o Brasil. No entanto, Kuky morreu em outubro de 2024, antes da conclusão do habitat destinado às elefantas africanas.
O Santuário de Elefantes Brasil é uma organização sem fins lucrativos, voltada ao resgate e reabilitação de elefantes que viveram em cativeiro. Localizado a 65 km de Cuiabá, o espaço conta com o apoio de duas instituições internacionais de referência: ElephantVoices e Global Sanctuary for Elephants.