Mel
(Reprodução)
Mel

Feridas que não cicatrizam, crostas espalhadas pela pele, áreas sem pelos e até sangramentos: esses podem ser os primeiros sinais de que seu gato está com uma infecção fúngica.

O problema, que afeta a pele dos felinos, pode parecer simples à primeira vista, mas pode evoluir rapidamente e, em alguns casos, ser transmitido para  humanos.

Essas infecções, provocadas por fungos que se proliferam em ambientes contaminados, são mais comuns do que se imagina e exigem atenção. O tipo mais preocupante é a esporotricose, causada pelo fungo Sporothrix, e que pode ser grave se não tratada a tempo.

Em entrevista ao iG Canal do Pet, a médica veterinária Fernanda Binati, especializada em dermatologia, explicou os riscos, sintomas e formas de prevenção da doença.

“São infecções causadas por fungos que afetam principalmente a pele do animal. O principal que encontramos é o Sporothrix, responsável pela esporotricose nos gatos”, afirma a especialista.

Como os gatos pegam fungos?

A contaminação pode acontecer de várias formas: contato com feridas infectadas, solos contaminados, ou até por meio das unhas durante brigas com outros animais. Ambientes sem higiene também são propícios para a proliferação do fungo.

“Locais sem limpeza adequada aumentam muito o risco de infecção”, alerta Fernanda.

A veterinária explica que gatos filhotes, idosos ou que vivem em situação de rua estão ainda mais vulneráveis. Os tutores devem estar atentos principalmente a feridas com crostas, sangramento e perda de pelo, que são os sintomas mais comuns.

“Esses sinais podem ser confundidos com outras doenças de pele, por isso exames específicos e a avaliação de um dermatologista veterinário são indispensáveis”, orienta.

Diagnóstico e tratamento

Gato Munchkin
Reprodução/Instagram
Gato Munchkin

Entre os métodos mais utilizados para o diagnóstico, estão a Luz de Wood,  um tipo de lâmpada que evidencia fungos na pele do animal, além de biópsias e culturas fúngicas. O tratamento, na maioria dos casos, exige o uso prolongado de antifúngicos tópicos e/ou orais.

“Pode levar tempo e exige dedicação do tutor. Mas o mais importante é não tentar resolver em casa com soluções caseiras. Isso pode piorar a situação e atrasar a recuperação do animal”, explica Fernanda.

Fungos podem ser transmitidos aos humanos?

Sim e isso é o que torna o assunto ainda mais sério. A esporotricose é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida para humanos, principalmente por arranhões ou contato direto com lesões do animal infectado.

“Se o gato for diagnosticado, é essencial evitar o contato com outros animais e usar luvas e máscaras ao manuseá-lo. Também é importante desinfetar o ambiente e os pertences do pet”, orienta a médica.

Para prevenir o contágio e proteger a saúde do gato (e da família), os cuidados mais importantes são manter o ambiente limpo, evitar que o felino tenha contato com animais de origem desconhecida e observar qualquer alteração na pele do bichinho.

Tratamento gratuito para gatos com esporotricose em Niterói

Tom
(Reprodução)
Tom

A Prefeitura de Niterói, por exemplo, disponibiliza tratamento gratuito para gatos diagnosticados com esporotricose. A consulta e o acompanhamento são realizados no Centro de Controle Populacional de Animais Domésticos (CCPAD), no Fonseca.

O local oferece 20 vagas de atendimento às segundas-feiras, das 10h às 16h, por ordem de chegada. É necessário apresentar comprovante de residência. Segundo protocolo, o animal passará por exame clínico e, se confirmado o diagnóstico, receberá medicação antifúngica e retornos mensais.

O coordenador especial de Direitos dos Animais, Marcelo Pereira, reforça: “Os tutores devem manter uma rotina de cuidados com a saúde e o bem-estar dos animais. Estamos recebendo gatos com suspeita de esporotricose para avaliação e tratamento gratuitos. A prevenção é sempre a melhor opção”.

Além do tratamento, o Ministério da Saúde recomenda o uso de luvas ao manusear o animal infectado, isolamento do pet em local seguro e desinfecção diária de brinquedos, utensílios e superfícies com hipoclorito de sódio.

Em caso de óbito do animal, ele não deve ser enterrado nem descartado no lixo, mas encaminhado ao veterinário para incineração.

    Comentários
    Clique aqui e deixe seu comentário!
    Mais Recentes