Homem compra pássaros presos e os devolve à natureza
Reprodução/Instagram
Homem compra pássaros presos e os devolve à natureza

Venturosa, pequena cidade do interior pernambucano, foi palco recentemente de um episódio que chamou a atenção de moradores e visitantes na feira local. Entre barracas de alimentos, roupas e artesanato, um gesto simples, mas carregado de significado, destacou-se em meio à rotina agitada do mercado.

No centro das atenções, um jovem vendia dois  passarinhos por R$ 20, acompanhados de uma gaiola — uma cena que poderia parecer comum em tantas feiras pelo país. Porém, o senhor Paulo da Silva, frequentador antigo da feira, decidiu agir de forma diferente. Ao invés de apenas comprar os pássaros para mantê-los presos, ele pagou R$ 50, levando também a gaiola, surpreendendo quem assistia à cena.


Ao fechar a compra, Paulo fez algo que ficou marcado na memória de todos: abriu a gaiola e libertou as aves. Em seguida, quebrou a gaiola, símbolo físico da prisão que tanto sofrimento causa aos animais mantidos em cativeiro .

A atitude gerou um misto de reações. Muitos ficaram admirados com a iniciativa e elogiaram o ato, ressaltando a importância de se respeitar a vida e a liberdade dos animais. Outros questionaram o impacto prático, lembrando que a venda de aves silvestres é uma prática enraizada e que a conscientização precisa ir além de gestos isolados .


Um simbolismo que vai além do ato

Mais do que um simples ato de compra e libertação, o gesto de Paulo representa um chamado para refletirmos sobre a relação entre o homem e a natureza. A captura e comercialização de animais silvestres são práticas proibidas por lei no Brasil, além de causarem danos irreparáveis à fauna local. Infelizmente, muitos animais continuam sendo retirados do seu habitat natural e vendidos ilegalmente em feiras e mercados informais.

A legislação ambiental brasileira protege todas as espécies silvestres, incluindo os passarinhos comuns em feiras e mercados. A Lei 9.605, de 1998, estabelece no artigo 29 que é proibido vender, guardar ou transportar animais silvestres — como essas aves — sem autorização oficial.

A pena para quem descumpre essa regra varia de seis meses a um ano de detenção, além de multa, podendo aumentar em casos agravantes, como quando o crime envolve espécies ameaçadas ou ocorre dentro de áreas protegidas.

Mesmo os pequenos passarinhos, aparentemente inofensivos, são importantes para o equilíbrio ambiental e têm direito à liberdade, conforme a lei. Assim, atos como a venda e o aprisionamento dessas aves, comuns em algumas feiras, configuram infração legal.

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