
O caçador Vladimir Markov foi perseguido e morto por um tigre siberiano após ter ferido o animal com um tiro e roubado parte de sua caça. O ataque aconteceu em 1997, na região do extremo oriente russo, próximo à China e ao Oceano Pacífico, e é descrito no livro " The Tiger ", de John Vaillant.
O tigre ferido perseguiu Markov de forma aparentemente premeditada. Ele destruiu objetos com o cheiro do caçador em sua cabana e aguardou por 12 a 48 horas perto da porta para atacá-lo quando ele voltou para casa.
O autor John Vaillant, em seu livro, descreve o ataque, em que primeiramente o tigre o matou, então o arrastou para o mato e o comeu parcialmente.
Vaillant sugere, em entrevista à NPR, que o motivo principal pode ter sido vingança: " Acho que ele o matou porque tinha uma questão a resolver ".
Um predador formidável
O tigre siberiano é a maior espécie de felino do mundo. Vaillant o descreve como " uma criatura que tem a agilidade e o apetite do gato e a massa de uma geladeira industrial ", podendo pesar mais de 227 kg e medir mais de 3 metros da cabeça à cauda.
Esses animais são capazes de saltar grandes distâncias, tanto horizontal quanto verticalmente. Um biólogo citado por Vaillant resumiu sua capacidade de salto a "tão alto quanto precisar".
Proteção a humanos e tigres
O outro protagonista da história é Yuri Trush, chefe da " Inspection Tiger ", unidade anti-caça furtiva criada pelo governo russo para combater o tráfico ilegal de tigres e suas partes.
Trush, descrito como um "guerreiro de verdade" fisicamente imponente e hábil lutador, normalmente focava em prender caçadores.
Contudo, após a morte de Markov e, posteriormente, de um segundo homem, sua missão mudou: ele teve que caçar o mesmo tigre que seu grupo protegia.
Vaillant explica: " Trush foi encarregado não apenas de proteger os tigres, mas agora de salvar vidas humanas ". Ele precisava antecipar os movimentos do animal.
Ataque incomum
Vaillant enfatiza que o ataque contra Markov foi extremamente raro e atípico para a espécie.
Durante suas pesquisas para o livro, entrevistando moradores antigos da região, descobriu que " na memória viva, não havia registro de um incidente como este, de um tigre caçando um ser humano ".
O autor atribui o evento exclusivamente à ação humana: " Esta foi uma circunstância altamente incomum, completamente impulsionada pelo comportamento humano. Se o tigre não tivesse sido baleado, não haveria história ".
A região, rica em biodiversidade, geralmente abriga tigres e humanos sem conflitos, caçando as mesmas presas.
Vaillant observa que " o tigre está apenas tentando ser um tigre ".