Quando Julia Stuller encontrou sua gata Callie pela primeira vez, em agosto de 2021, ela era conhecida pela equipe do abrigo como “agressiva e territorial” e considerada inadotável. Ainda assim, a mulher sentiu que deveria dar uma chance para a gatinha, que havia sido colocada na lista de eutanásia.
Buscando entender o motivo que levou Callie a ter um comportamento tão hostil, Julia descobriu que a gata havia sido mãe de dois filhotes que infelizmente morreram dias depois do nascimento e Callie os procurava por todos os lugares, muitas vezes mordendo quem tentava se aproximar.
“Os gatos têm sentimentos e também sofrem”, disse Julia, responsável pelo perfil no TikTok Rescue Cat Mittens, ao site The Dodo. Julia e seu marido decidiram adotar mais dois gatinhos, que Callie passou a tratar como se fossem seus filhotes. Porém, o lado materno da gatinha ainda iria surpreender muito alguns meses depois.
“Quando descobri que estava grávida, ela queria ficar abraçada em mim o tempo todo... Foi tão fofo. Ela começou a ronronar pela primeira vez e a amassar o pãozinho, o que ela nunca tinha feito antes”, disse Julia.
Na noite anterior ao nascimento, Callie estava agindo de forma extremamente carinhosa. A tutora não entendia o motivo, já que ainda faltava muito para o parto. O que ela não esperava é que o bebê viria antes do previsto.
Emma, a filha de Julia, nasceu em julho de 2022 e desde o momento em que chegou em casa Callie não conseguia ficar longe, foi uma conexão instantânea, afirmou a mãe.
Quase dois anos depois e as duas continuam inseparáveis, embora Emma nem sempre seja tão cuidadosa com Callie, Julia afirma que a gatinha não se importa. “Ela não morde. Ela não arranha... Só acho que ela pensa que minha filha é seu bebê. Ou ela sabe que minha filha é um bebê. E eu acho isso tão fofo”.
A tutora não permite que as duas durmam juntas, por questão de segurança, mas afirma que Callie a ajuda a fazer o bebê dormir todas as noites.
“Ela não era mais agressiva e se tornou uma gata tão doce. Era como se ela pensasse que nossa filha era uma gatinha, então ela a lambia, a confortava durante seus choros como uma mãe faria”, disse Julia à Newsweek.
“Ela me ajudou a criar minha filha, e acho que isso também a ajudou. Acho que ela não tinha percebido que seus gatinhos haviam morrido, e ela estava apenas confusa, então isso a deixou agressiva, mas ela era apenas uma mãe enlutada”, acrescentou.
Callie entra no quarto de Emma sempre que tem oportunidade, porque ela adora subir no berço e deitar ao lado da menina. Quanto à criança, não há nada que ela ame mais do que acordar e ver sua protetora de quatro patas por perto.
“É engraçado porque no início estávamos preocupados de que Callie não fosse gostar do novo bebê e ficasse agressiva, mas acabou sendo o oposto”, confessou a mãe.
Mesmo tão pequena, Julia afirma que Emma percebe o quão especial é seu relacionamento com Callie. Ela não tem a mesma proximidade com os outros gatos da família, mas ama estar por perto de sua melhor amiga.
“Ela sabe o nome da Callie… Ela gosta de dizer 'Callie abraça' [quando] quer abraçar Callie”, disse a mãe ao The Dodo. Julia faz questão de ressaltar a importância de se dar uma chance aos gatos, mesmo aqueles que não pareçam tão amigáveis, eles certamente têm muito mais amor para dar do que qualquer um pode imaginar. E ela fica feliz que seus vídeos ajudam a mostrar isso.
“Acho que meus vídeos de Callie tocaram muitos corações e espero que encorajem mais pessoas dispostas a adotar os gatos que estão passando por dificuldades. Acredito que todos os animais merecem uma segunda chance”, disse ela à Newsweek.
Nas redes sociais, internautas comentaram: “Imagine ser chamada de agressiva quando você está lidando com o trauma da morte de seu bebê”. “Pobre mamãe gata, estou muito feliz por ela ter encontrado um novo bebê para curar seu coração. Espero que eles tenham muitos anos juntos”. “Ela só queria ser mãe”.
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