Rita Lee com sua cadela Lola e seu gato Saci
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Rita Lee com sua cadela Lola e seu gato Saci

A cantora Rita Lee, a eterna musa do rock brasileiro e artista pioneira na luta pelos direitos dos animais, morreu aos 75 anos, nesta terça-feira (9) . Ela, que já havia vencido um câncer no pulmão e recentemente esteve internada no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

A paulistana era casada com o músico Roberto de Carvalho, com quem teve três filhos – Beto, Antônio e João – e se casou no civil em 1996. Além de cantora e compositora, trabalhos pelos quais ficou mais conhecida, Rita Lee também foi atriz, apresentadora, escritora e sonhou em ser veterinária, devido ao seu grande amor pelos animais.


Conhecida como a “rainha do rock nacional” – título que ela dispensava – Rita não usou sua voz e talento apenas para a música, ela foi também  uma grande pioneira na luta pelos direitos dos animais, os quais ela também sempre incluiu em suas letras, como uma homenagem metafórica e simbólica dos bichos que sempre amou.

Em sua casa, ela já teve até uma jaguatirica como pet, depois que a resgatou de uma loja onde sofria maus-tratos. Já participou ativamente do resgate de uma ursa – a qual inspirou seu livro “Amiga Ursa” e, ao lado de Chico Cesar, protestou contra a prática de rodeios e vaquejadas na música "Odeio Rodeio": “Me tira a calma / Me fere a alma / Me corta o coração / Se é luxo ou é lixo / Quem sabe é o bicho / Que sofre o esporão”.

Ela dizia em suas canções “já fui bicho” e pedia “me faz de gato e sapato” e se autodenominou como Santa Rita de Sampa, a “protetora dos animais abatidos” (álbum lançado em 1997). Sua relação com os bichos inspirou frases, termos e até letras inteiras de músicas que usavam os animais como metáforas ou literalmente. 

Rita era compositora do sucesso "Galo-Galã", tinha um verdadeiro zoológico musical, uma “dinossaura com aura de iguana”, como diz em "Tataratlantes", e tinha uma verdadeira paixão por felinos. Ela era do tempo da onça e vivia como “um gato no mundo cão”, referência encontrada na música "Xuxuzinho". Em suas músicas, ela soltava tigres e leões ("Panis Et Circenses"), tinha panteras e panterinhas ("Loco-Motivas") e saldava gatos de subúrbio.

A cantora cantou a música "Eu e Meu Gato" na qual dizia que iria "bater asas" e, com ela, "levaria apenas o retrato de seu gato". Em uma entrevista à revista Quem em 2017, Rita comentou que "o paraíso seria um lugar cheio de animais correndo soltos e felizes" e, de acordo com a crença dela, provavelmente agora ela esteja se reencontrando com todos os seus animais de estimação dos quais um dia se despediu.

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