Xing Xing foi resgatada por Ye Liannyu e faz sucesso nas redes desde 2022
Reprodução/Twitter/Colagem Canal do Pet - 19.04.2023
Xing Xing foi resgatada por Ye Liannyu e faz sucesso nas redes desde 2022

Você provavelmente já se deparou com um macaco gordinho de carinha desconfiada e fofa de apenas um braço, comendo ou bebendo algo, ou até mesmo ao lado de um gato ou uma senhora chinesa nas redes sociais. Entre os famosos memes estáticos, figurinhas nos aplicativos de mensagens e vídeos, a protagonista é a Xing Xing, uma macaca fêmea da raça tibetana que vem fazendo sucesso entre os internautas.

Xing Xing, como é conhecida, pode ter o seu nome traduzido para “Estrelas Gêmeas” ou apenas “Estrela” (“Twin Stars”, “Star”, em inglês). Ela foi encontrada e adotada pela freira budista Ye Liannyu, uma senhora com mais de oitenta anos que vive em um templo na província de Zhejiang, na aldeia de Dongnanxi, no leste da China.

Embora agora a macaca tenha encontrado um lar e seja sempre alimentada e cuidada por Ye, sua história iniciou de maneira dolorosa, pois Xing Xing acidentalmente perdeu o braço após ser atingida por uma armadilha de javalis. Ao ser encontrada pelo caçador, ele a vendeu para moradores locais da província de Fujian. Com isso, Xing Xing foi usada para servir de entretenimento, passando por uma trupe de circo e depois indo para um restaurante. Aparentemente, ela tinha um apetite muito grande, então ela perdeu o “emprego”, a casa postiça e foi abandonada.

Porém a história sobre como Xing Xing perdeu seu braço diverge entre os noticiários locais: a primeira teoria e mais divulgada é do acidente com a armadilha, mas outros veículos chineses contam que ela sofria maus-tratos e perdeu o membro superior na passagem por um circo local. Independentemente da versão correta, a história tem um final feliz, pois ela foi acolhida por Ye, e agora vivem juntas há mais de 15 anos. Por ter sido encontrada inesperadamente, ninguém sabe ao certo a idade dela, mas é estimado que tenha entre 18 e 24 anos.

Ao ser encontrada por Ye, a macaca estava amarrada por correntes de aço que deixaram marcas profundas até hoje em seu pescoço e corpo, para além do braço amputado. Depois que ela finalmente foi resgatada, Ye entrou em contato com os bombeiros exigindo que eles a libertassem.

Xing Xing era travessa e difícil no começo, sempre roubando comida, mas graças à gentileza e paciência de Ye, Xing Xing tornou-se mais tranquila e amigável com os humanos. Faminta, ela come de tudo, mas é possível vê-la sempre comendo bananas, bebendo suco ou leite em caixas, entre outras frutas.

Início do sucesso on-line

No outono de 2022, vários vídeos virais de Xing Xing se espalharam pelas mídias sociais chinesas como Weibo e Douyin antes de serem compartilhados no TikTok e no Twitter semanas depois.

Vídeos dela sendo fofa enquanto comia lanches e bebia suco ou leite em caixas começaram a se tornar virais e agora ela é uma celebridade on-line, e em todo o mundo. Sua fama saiu da internet e passou a impactar o mundo real e agora muitos turistas visitam o templo Chen Yang Hou (lugar onde mora) apenas para a vê-la e alimentá-la.

No dia a dia, Xing Xing passa a maior parte do tempo no Monte Emei, próximo ao templo. Lá, há uma pequena caverna onde ela sempre vai para descansar e conseguir se afastar das pessoas, porém ninguém sabe ao certo o que ela faz dentro da caverna, mas adora passar o tempo livre lá.

Com os turistas ela é bem amigável, mas caso se sinta ameaçada pode criar um comportamento defensivo. Quando fica ansiosa ou com medo ela também tende a simular uma mordida falsa na mão de sua tutora, que também é sempre chamada de “vó” nas redes, para se acalmar. Ye já se acostumou com isso, mas no início já recebeu uma mordida de verdade em sua mão.

Xing Xing, diferentemente dos outros macacos tibetanos, não tem muitos amigos semelhantes a ela, pois prefere manter contato com os humanos, mesmo que não o tempo todo.

Os macacos tibetanos tendem a ser bastante amigáveis e, ao mesmo tempo, competitivos com os outros de sua raça, mas com o passar do tempo, Xing Xing começou a ficar mais civilizada e educada e criou um vínculo maior com Ye e os humanos. Por isso, ela não tem, ao que se sabe, outros amigos macacos. Para suprir essa demanda de uma relação entre animais, ela tem um gato, que também vive no templo, como seu amigo e pet, e ama passar o tempo com o felino.  

Macacos tibetanos

Os macacos tibetanos podem ser encontrado do leste do Tibete ao leste de Guangdong e ao norte até Shaanxi, na China. A espécie vive em áreas de floresta subtropical em altitudes de 800 a 2,5 mil metros acima do nível do mar.

Eles vivem em grupos mistos e com um sistema social complexo. Fêmeas vivem sua vida toda em seu grupo original, porém machos se dispersam logo após atingirem a adolescência (cerca de oito anos de idade). A sociedade é hierárquica, tal qual em outras espécies de macacos, com machos que figuram nos altos patamares tendo melhor acesso a recursos.

Com quatro subespécies conhecidas, eles são animais grandes e têm uma construção muscular sólida com uma pelagem densa que varia da cor cinza ao marrom, e são sexualmente dimórficos, ou seja, têm uma diferença de tamanho entre machos e fêmeas.

Normalmente, esses macacos são bem agressivos e o conflito é comum tanto entre os próprios macacos tibetanos quanto com outras espécies.

Além disso, são animais onívoros. Em sua maioria, vegetarianos, e comem frutas, folhas e, às vezes, bambu ou grama. Eles também, de vez em quando, adoram comer insetos, pássaros ou cobras.

Além das vocalizações, usam expressões faciais e posturas para se comunicar, e já foram contabilizados 11 tipos diferentes de vocalizações de guinchar até rosnar. Isso significa que, em comparação com outros, os macacos tibetanos têm uma pluralidade de comunicação muito mais diversa.

Essa espécie é diurna e passa a maior parte do tempo no solo, onde buscam alimentos como folhas, frutas, grama e (em menor escala) flores, sementes, raízes e insetos, e preferem dormir em cavernas.

Classificada como "quase ameaçada" pelo UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e listado no Apêndice II do CITES (Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens), as maiores ameaças à espécie estão relacionadas a atividades humanas. Entre as principias causas estão a destruição de seu habitat, envenenamento por herbicidas e pesticidas e vulnerabilidade a doenças transmitidas por humanos. Caça ilegal também configura uma ameaça existente, pois sua carne e pele podem ser usadas e vendidas.  

A UICN é uma organização civil dedicada à conservação da natureza. Já o CITES é um acordo internacional entre governos que objetiva garantir que o comércio internacional de espécimes de animais e plantas silvestres não ameace a sobrevivência delas.

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** Julio Cesar Ferreira é estudante de Jornalismo na PUC-SP. Venceu o 13.º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão com a pauta “Brasil sob a fumaça da desinformação”. Em seus interesses estão Diretos Humanos, Cultura, Moda, Política, Cultura Pop e Entretenimento. Enquanto estagiário no iG, já passou pelas editorias de Último Segundo/Saúde, Delas/Receitas, e atualmente está em Queer/Pet/Turismo.

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