No início deste mês, três gatos foram resgatados no bairro da Água Branca, zona Oeste de São Paulo, após viverem cerca de um mês abandonados sozinhos no telhado e na marquise de um comércio. Os bichinhos eram alimentados por uma senhora que residia na casa acima do local, mas que se mudou no mês de agosto. Desde então, eles passaram dias sem comida e água.
De acordo com o estudante de enfermagem veterinária Matheus Gasconi, um dos responsáveis pelo resgate, cinco gatos estavam vivendo na propriedade, mas dois faleceram. As causas de óbito mais prováveis são desnutrição e envenenamento. Ele explica que os gatos passaram a vida toda desassistidos. “A moça que morava na casa só os alimentava. Ela nunca teve um contato maior. Os gatos não eram dela, só estavam lá no telhado vizinho à janela dela”, explica.
Matheus teve conhecimento da situação dos gatos antes do resgate e tentou colocar ração na rua, mas os gatos não desciam até o local por medo. Além disso, o inquilino não permitia que os gatos fossem cuidados propriamente porque não queria os animais no local.
“Eles viviam sob condições precárias e risco de vida. O resgate virou uma urgência quando fomos notificados que dois dos cinco gatinhos tinham falecido”, conta Matheus, que também faz parte da ONG Catland Rescue, que resgata gatos e os disponibiliza para adoção. No entanto, o inquilino foi cooperativo e autorizou o resgate, que aconteceu no dia 4 de setembro. Resgate foi feito em parceria com o Lar Temporário Tamy e Tai.
Resgatados, o estudante nomeou os gatos de Mombasa (macho laranja), Naivasha (fêmea tigrada com laranja) e Kilifi (fêmea tigrada). Matheus conta que sempre dá nomes diferentes para os gatos para que sejam únicos e especiais. "Jogava um jogo em que tinha contato com nomes de muitas cidades. Para os três, escolhi nomes de cidades do Quênia”, explica.
Assustados, mas cheios de amor
Devido aos traumas causados pelo abandono, Matheus explica que os gatinhos estão super assustados. Ele lembra que, durante o resgate, os gatos mordiam e arranhavam as mãos dele para se protegerem. “Eles são ariscos quando tentamos manuseá-los, morrem de medo e acabam atacando. Estamos tentando fazer uma aproximação devagar”, diz.
O laço de confiança e carinho entre os três é tão forte que os gatos vivem “amontoados e quentinhos”, diz o estudante. “Entre eles é tudo lindo! Parece que as duas fêmeas acolheram o Mombasa porque ele foi abandonado menor. Eles devem estar juntos faz tempo, já que o Mombasa tem mais ou menos dois anos”, conta. “O Mombasa com certeza sofreu algumas violências quando neném. Ele também foi castrado e abandonado muito cedo”, acrescenta.
Só agora que os três foram separados, porque Kilifi e Naivasha deram positivo para FIV+, também conhecida como Aids felina . Por isso, elas não podem ter contato com Mombasa até terem todas as vacinas e a certeza de que as fêmeas não vão contaminá-lo por sangue, seja em brigas ou lambeduras de machucados.
Para conseguir tornar os gatos mais sociáveis, os bichinhos estão passando por um tratamento comportamental. “Por serem FIV+, as duas terão um acompanhamento maior. Além disso, é mais difícil que as pessoas adotem gatinhos mais assustados e, por isso, elas poderão ser adotadas mais para frente na plataforma ad ONG”, explica Matheus No entanto, Matheus explica que já é possível fazer a adoção dos gatos pela página na internet do Catland Rescue .
Vaquinha on-line
Matheus lançou uma vaquinha on-line para arcar com os custos dos tratamentos dos gatinhos resgatados , na plataforma de crowdfunding Sharity. Além disso, as doações também podem ser feitas via pix para a chave do estudante: [email protected] .
O valor arrecadado será usado para deixar os gatinhos prontos para um novo lar, e serão usados para pagar castração, testagem, vacinas, consultas veterinárias, exames, medicamentos, transporte dos animais para consulta, alimentação e higienização. Em caso de valores excedentes ao proposto na vaquinha, o dinheiro será usado para cobrir custos de tratamento de outros gatos resgatados pela ONG.