A história de origem do Basset Hound é um tanto quanto incerta, embora muito seja creditado à França – devido ao nome “Basset”, que significa “baixo” em francês – também pode-se colocar a Bélgica com parte da origem da raça.
O primeiro registro em que se há menção da raça está em um livro ilustrado sobre caça, escrito por Jacques du Fouilloux, de 1585. Acredita-se que frades da Abadia de St. Hubert tenham sido os responsáveis por cruzar linhagens de raças francesas mais antigas na busca de um cão de faro apurado e de estatura menor, para que ficasse mais próximo ao chão, para que pudesse adentrar em terrenos mais difíceis.
O Basset Hound é conhecido como a raça com o segundo faro mais poderoso entre os cães, ficando atrás somente do Bloodhound (ou Cão-de-santo-humberto), do qual chega a ser considerado a versão miniatura. Entre as raças apontadas para a mistura que deu origem a raça está o próprio Bloodhound, os Beagles e outros Bassês.
Toda a aptidão para a caça tornou o Basset Hound muito popular entre os aristocratas franceses, para os quais caçar era um estilo de vida. No período pós Revolução Francesa eles se tornaram também os cães de caça das classes mais humildes, que não tinham como manter cavalos e precisavam de cães que pudessem acompanhar a pé enquanto caçavam.
Já no século 19, a raça chegou à Grã-Bretanha quando em 1866 um casal de cachorros da raça foi importado pelo Lord Galway, que os levou para a Inglaterra, onde tiveram uma ninhada de filhotes. Porém, somente em 1874, quando Sir Everett Millais importou o Basset Hound da França, também para a Inglaterra, que se deu início à criação da raça no país, seguindo normas de melhoramento genético. Os esforços de Millais na criação e desenvolvimento da raça o tornaram conhecido como o “pai do Basset Hound” na Inglaterra e um dos maiores responsáveis por como conhecemos a raça nos dias de hoje.
O Basset Hound foi oficialmente reconhecido pelo English Kennel Club em 1883, e, dois anos depois, o American Kennel Club também registrou a raça oficialmente.
Curiosidades sobre o Basset Hound
O personagem Droopy, da animação Tom & Jerry, era baseado na raça. Droopy era um cão lento e retratado como detetive.
São farejadores poderosos e podem discernir entre diferentes odores, seguindo aquele que o interessa mais. Ao passear com o pet, o tutor nunca deve deixa-lo solto, pois ele pode simplesmente desviar o caminho para seguir um perfume cativante.
São popularmente conhecidos por terem um olhar de tristeza, mas são cães muito alegres e divertidos. As grandes orelhas ajudam a potencializar o olfato quando estão farejando.
Em 1928 a revista Times publicou uma edição em que levava um Basset Hound na capa, pelo 52º annual Westminster Kennel Club Dog Show, na Madison Square Garden, retratando a ocasião como vista pelos olhos de um filhote da raça. Essa publicação aumentou em muito a popularidade desses cães nos Estados Unidos.
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Personalidade e convivência
Se algumas raças de cães de caça precisam ser socializadas para a convivência com outros animais menores, o Basset Hound, pode-se dizer, passa bem longe disso e está entre os cães mais simpáticos e de fácil convivência de todos. Esse pet se dá muito bem com absolutamente qualquer pessoa e ama receber carinhos.
Eles são muito afetuosos e muito dificilmente vão apresentar uma postura agressiva. Para eles, estar por perto da família será sempre a melhor opção – e podem sofrer bastante se deixados sozinhos por muito tempo. O recomendável é sempre ter outro pet para fazer companhia.
Mesmo que o porte físico – pesado e com pernas curtas – não permita que o Basset Hound faça muitas atividades físicas, eles amam e precisam passear com certa frequência, tanto para manter o peso quanto para exercitar o faro, isso fará muito bem à saúde do animal.
Como um cachorro muito inteligente, também pode ser um tanto teimoso e não gostar de receber muitas ordens. O treinamento pode ser relativamente fácil, mas exigirá alguma paciência, carinho e alguns petiscos. A dica é usar brincadeiras que o estimulem a usar o olfato apurado no dia a dia, como encontrar pessoas pela casa, brinquedos ou mesmo os próprios petiscos.
Higiene e saúde
Os pelos do Basset Hound são essencialmente oleosos e têm um odor bem característico, alguns tutores simplesmente amam esse cheirinho do pet, já outros não dividem essa mesma paixão. O banho é a melhor opção para reduzir esse cheiro, que não sairá totalmente. É preciso ter em mente que os banhos devem ser dados, no mínimo, com um espaço de duas semanas, então nada de exagerar.
A escovação precisa ser semanal, para a remição dos pelos mortos. Quanto às orelhas, os cuidados precisam ser ainda mais especiais, sendo higienizadas ao menos uma vez por semana, com bastante cautela. Esses cães também têm dobrinhas pela face e que precisam ser higienizadas para evitar o acúmulo de bactérias e o surgimento de fungos.
Problemas na coluna são bem comuns em cães da raça, logo é necessário ter bastante cuidado com as brincadeiras, especialmente com crianças. Devem ser evitados movimentos bruscos e jamais, em hipótese alguma, permitir que a criança monte nas costas de um Basset Hound.
Caminhadas e uma alimentação adequada são essenciais para evitar o sobrepeso, que pode prejudicar ainda mais o problema de coluna, além do conhecido “bico de papagaio” e descolamento de discos intervertebrais.
Outros problemas comuns são o glaucoma, que pode levar à cegueira, infecções de pele e pelo, especialmente nas dobrinhas e regiões das patas. É preciso manter o pet sempre bem seco para evitar maiores problemas. Novamente, os cuidados com as orelhas ajudam a evitar problemas como a otite canina e possíveis parasitas.
Tutores que moram em casas com muitas escadas precisam ter algum cuidado com o pet, além de evitar que fiquem subindo e descendo sozinhos de camas e sofás. Tendo os devidos cuidados e fazendo visitas regulares a um médico veterinário para tirar eventuais dúvidas vão ajudar a garantir ao pet uma vida bem longa, feliz e saudável.