Um dos segmentos que mais cresceu dentro do setor pet no último ano foi o de alimentação, o que representa 50% das vendas, de acordo com uma pesquisa publicada pelo Instituto Pet Brasil. No entanto, isso não significa que os tutores estejam vigilantes acerca da tabela nutricional dos itens alimentícios. A médica veterinária Marina Tiba* explica que a maioria dos produtos disponíveis no mercado não apresentam nenhum valor nutricional.
“Esses petiscos, que normalmente são oferecidos como recompensas, tendem apenas a colaborar com o ganho de peso quando são oferecidos de forma indiscriminada”, pontua.
Como solução, a especialista sugere a implementação de petiscos funcionais na dieta dos cães, pois são ricos em vitaminas, aminoácidos, probióticos e outros componentes salutares para os pets. Ela diz que os petiscos funcionais são pensados para atender cada animal de forma personalizada, de acordo com a fase da vida ou condição dos animais.
"Por exemplo, temos aqueles específicos para filhotes com o intuito de agregar vitaminas próprias para o desenvolvimento saudável desse cãozinho. Também temos aqueles para cães que vivem em ambientes internos como apartamentos, esses, são ricos em probióticos que ajudam a melhorar a conversão alimentar, aumentando a absorção dos nutrientes da dieta fornecida e consequentemente reduzindo o volume e o odor das fezes”, completa Marina.
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A veterinária ainda esclarece que a principal diferença entre o petisco funcional e o comum é a frequência em que podem ser oferecidos aos cães. Os primeiros podem ser consumidos diariamente, o que não é indicado para os segundos. Além disso, existem petiscos funcionais específicos para a necessidade de cada animal.
“Hoje, por exemplo, temos petiscos funcionais para embelezamento da pelagem e saúde da pele, para animais agitados e ansiosos, animais que tendem a engordar, animais com mau hálito ou problemas odontológicos, entre outros. Há bastante variedade. O principal objetivo é realmente atender o animal de forma personalizada e balanceada”, detalha.
Uma alimentação balanceada influencia, inclusive, na saúde mental dos cachorros. Os animais de estimação também são afetados pelo estresse e podem, inclusive, ficar deprimidos. Isso não significa que a doença que acomete os bichos seja a mesma dos humanos, mas existe sim um mecanismo de defesa animal.
"isso faz com que ele passe a ter comportamentos como ansiedade, agressividade, latidos excessivos, falta de apetite, entre diversos outros, que são facilmente identificáveis e devem ser tratados”, afirma Marina.
Sintomas como a apatia ou sobrepeso, por exemplo, muitas vezes são banalizados, mas podem ser associados a um transtorno de ansiedade. “Por isso, a visita regular ao veterinário é essencial, assim como observar o próprio comportamento com o animal, que somente desenvolve esse tipo de comportamento como consequência do comportamento do seu tutor”, diz.
“Além de observar o animal e o comportamento dele, e levá-lo ao veterinário com frequência, é preciso inserir na rotina dele alguns hábitos simples que podem modificar esse quadro, como, por exemplo, a introdução de uma alimentação mais balanceada”, conta Marina.
*Marina Tiba é médica veterinária da Organnact.