Guia de Raças: Lhasa Apso, um cão sagrado e cheio de personalidade

A raça Lhasa Apso era tida como sinal de boa sorte e prosperidade pelos monges tibetanos, acreditavam que a alma de tutores falecidos era passada para o pet, dando mais sabedoria aos cães

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Lhasa Apso também é um boa opção de raças de cachorros para apartamento

De origem chinesa,  o Lhasa Apso foi considerado, por muitos anos, como um animal sagrado pelos monges tibetanos. A importância da raça era tanta que apenas monges e membros da nobreza poderiam ter esses cães.

O registro mais antigo de um Lhasa Apso se data de 800 a.C - o que torna a raça uma das mais antigas do mundo. O nome Lhasa se deve à cidade sagrada de onde se originou, e Apso vem de uma cabra da região do Tibete, que possui uma pelagem semelhante à do cãozinho. Na região eles também eram conhecidos como Abso Seng Kye que, em uma tradução livre, significa “Cão Leão Sentinela que Ladra”.

Tidos como guardiões sagrados, acreditava-se que quando o tutor de um Lhasa Apso falecia, sua alma era transferida para o cão, assim toda a sabedoria do humano falecido passava para o animal. Por muitos anos era praticamente impossível que alguém fora da nobreza ou que não fosse um monge pudesse ter um cão da raça, a menos que esse o fosse presenteado.

Desde o início da Dinastia Manchu, em 1583, até meados de 1908, Dalai Lama enviou Lhasas como presentes sagrados para o imperador da China e membros da família imperial, como um sinal de boa sorte. E, apenas em 1933, o 13º Dalai Lama enviou um casal de Lhasas para um pesquisador naturalista chamado C. Suydam Cutting. Foi então que Suydam, que viajava muito pelo mundo, levou o casal de cães para a América, onde passou a criar a raça. O reconhecimento pelo American Kennel Club veio já em 1935.

Na Grã-Betanha a raça foi conhecida como Lhasa Terrier por alguns anos e hoje são bastante  confundidos com os cães da raça Shih Tzu , embora o perfil de ambas as raças seja bem diferente em diversos aspectos, eles chegam a ser considerados “primos”.

A personalidade do Lhasa Apso

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Lhasa Apso já foi considerado um animal sagrado e de boa sorte

Quem vê um cachorro fofo e peludinho pode ter uma impressão errada sobre o perfil de um Lhasa. Toda a pompa de seus ancestrais sagrados parece que não deixou completamente a personalidade desse cãozinho.

O Lhasa Apso é um cachorro “ranzinza” e bastante temperamental, muito protetor ao que é seu e muito leal ao tutor – ele inclusive costuma escolher um membro da família como “favorito”. Ele pode não se dar muito bem com estranhos de início, mas quando se ganha a confiança de um Lhasa, ele se torna um grande amigo. Eles costumam se dar muito bem com crianças também.

Apesar de ser um cão conhecido por se adaptar muito bem aos mais diversos ambientes, podendo viver tanto em casas grandes como em apartamentos, um Lhasa Apso ama e precisa de um bom passeio. O Lhasa é um cachorro de personalidade forte e não parece entender o tamanho que tem, se comportando muitas vezes como se fosse um cachorro bem maior. Apesar de toda essa pompa, ele é carente e não gosta de ficar muito tempo sozinho.


Saúde e Higiene

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A raça Lhasa Apso é uma das mais antigas do mundo

O Lhasa Apso possui uma pelagem espessa e protetora, que o ajuda em temperaturas quentes e frias. Os pelos macios e sedosos precisam de uma escovação diária para que os fios não embarrassem. É preciso ter bastante cuidado na região dos olhos, pois os pelos podem atrapalhar a visão do pet e até causar ferimento ocular, se não aparados corretamente.

Os banhos também precisam ser regulares e com uma boa frequência, lembrando sempre de secar muito bem o pet para evitar fungos e bactérias. Muitos tutores optam por tosar os Lhasa para facilitar na manutenção dos pelos, contudo isso tira boa parte do charme do animal e, antes de tosar completamente o cãozinho, vale consultar um veterinário para saber se esta é de fato uma boa opção.

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Lhasa Apso eram dados de presente, como sinal de boa sorte

A saúde da raça é geralmente boa, contudo alguns problemas dermatológicos podem aparecer, como alergias, e por conta dos pelos longos nem sempre é fácil perceber. Os banhos frequentes também são importantes para evitar proliferação de pulgas e carrapatos.

Além disso, devido à genética, outros problemas mais sérios podem aparecer como atrofia progressiva da retina, que pode levar à cegueira e à displasia renal cística congênita em que os rins possuem um tamanho menor do que o normal e formato irregular. Uma curiosidade é que o Lhasa Apso mais velho morreu aos 29 anos, atualmente a expectativa de um cão da raça é de, em média, 15 anos.