Pedro Jordão

Pets albinos precisam de cuidados especiais

Luz solar, claridade e produtos de higiene podem afetar gravemente a saúde desses animais

Foto: Banco de Imagens
O albinismo afeta todo o corpo dos pets

Há relatos e reportagens, inclusive televisivas ou documentais, sobre grandes animais albinos, como tigres, leões e até répteis, e o fascínio que são capazes de gerar ao olho humano. Mas os animais domésticos, como gatos e cachorros, também podem apresentar essa característica genética , o que vai determinar uma série de cuidados especiais.

De acordo com o veterinário Raphael Clímaco, o que provoca o albinismo em animais é uma falha genética. “O corpo não produz uma substância chamada melanina, que é responsável por dar a pigmentação da pele. E os animais que não têm a presença dessa substância são chamados de albinos ou a melânicos, que é o termo mais técnico”, explica.

A melanina é uma proteína escura responsável por dar cor à pele, aos cabelos, aos pelos e aos olhos, seja nos animais ou nos seres humanos. Além disso, ela funciona como um agente protetor contra os raios ultravioleta, do sol.

Por isso, um dos maiores cuidados que os pets albinos vão precisar é em relação à exposição solar, para evitar o surgimento de outros problemas de saúde, como  cânceres e queimaduras .

“É necessário evitar a exposição solar desses animais. Se precisar sair, usar protetor e bloqueador solar, ou dar preferência a horários de pouco sol. Usar roupas UV, específicas para animais, também pode ser uma forma de proteção para os bichinhos”, afirma Clímaco.

A claridade também pode ser um grande inimigo do pet albino. Os olhos desses animais costumam ser muito sensíveis à luz, por isso, eles devem ficar em ambientes abrigados nos horários mais ensolarados e permanecer em espaços com menor taxa de iluminação. O filtro solar pode ser aplicado inclusive dentro de casa.

Pela vulnerabilidade e sensibilidade da pele, esses bichinhos de estimação vão precisar de ainda mais cuidados na hora da higiene. Segundo o veterinário, o ideal é utilizar produtos hipoalergênicos – capazes de causar menos reações alérgicas que a média dos produtos disponibilizados no mercado.

“É importante dar preferência, sempre, a shampoos hipoalergênicos na hora da higiene desses animais, evitar o uso de perfume e de qualquer artigo cosmético que possa causar irritações na pele. Apesar desses cuidados, já que esses animais têm maior propensão a alergias, não significa que eles vão desenvolver essas alergias. Cada animal, individualmente, vai ter a sua característica de sensibilidade, alguns mais e outros menos”, diz o médico.

Foto: Reprodução
Os olhos e ouvidos dos animais albinos também são muito afetados pela conições genética



Além da debilidade da pele, é comum que os pets albinos apresentem fragilidades em outros órgãos e sistemas como, por exemplo, na visão e na audição.

“Há uma porcentagem grande de gatos e cães albinos que já nasce sem ouvir, já nascem surdos, por conta da combinação genética deles, que acaba afetando outros sistemas também”, detalha o veterinário.

Por causa de todas essas características, que pedem cuidados especiais, é necessário que o pet albino seja levado com regularidade ao veterinário para fazer check-ups. Um médico especialista poderá observar todas as condições afetadas pela doença, desde as cores da pele e dos pelos até as funções de outros órgãos afetados.

Em caso de dúvida  se a pelagem do animal é realmente branca ou se ele sofre de albinismo é possível recorrer a um teste genético para observar tonalidade da pele, dos olhos, do focinho e até dos coxins [almofadinhas das patas]. Isso porque a falta de melanina afeta todas as partes do corpo que deveriam ter pigmentação mais acentuada.

Cachorros ou gatos brancos que possuem focinho, olhos e coxins mais escuros provavelmente não são albinos. Animais com pintas ou manchas também têm menos chances de serem albinos, já que a condição genética afeta os animais inteiramente.