O cachorro da raça Labrador Retriever é de origem canadense e, ao contrário do que parece ser o óbvio, não se originou na ilha de Labrador, mas na ilha de Terra Nova, sendo uma mistura entre a raça de cachorros Terra Nova e o já extinto Cão D’água St. John.
Ainda no século 18, a raça era usada por pescadores para a retirada de peixes que escapavam das redes. Por anos, o Labrador foi conhecido por nomes como o Cão de St. John ou mesmo pequeno Terra Nova, com características bem semelhantes a da raça de cães de porte gigantes, como as pequenas membrana interdigital que o ajudam a nadar com mais facilidade.
Além de cães usados na pesca, os Labradores também eram muito apreciados por caçadores, devido ao faro apurado e habilidades para o nado, o que chamou a atenção de turistas ingleses e, posteriormente, do conde de Malmesbury, que importou vários cães da raça para si, por volta dos anos de 1820.
Essa migração foi o que salvou o Labrador Retriever de ser extinto (até então conhecido como Cão D’água St. John), em 1880. A razão da extinção do animal em terras canadenses foi a cobrança de impostos pelo governo, que impôs altas taxas pela criação de cachorros, sendo ainda maiores quando se tratavam de fêmeas, o que fez com que fossem abatidas logo após o nascimento. Graças a isso, os antepassados do atual Labrador Retriever desapareceram.
Muitos criadores de Labrador atribuem os créditos da existência da raça como a conhecemos hoje aos ingleses, como o próprio conde. Teorias dizem que o nome Labrador foi dado pelo filho do conde de Malmesbury, inspirado nas diversas funções que o cão poderia exercer (“labrador” significa “trabalhador” em espanhol).
O Kennel Club inglês reconheceu oficialmente a raça em 1903 e, 14 anos depois, o American Kennel Club seguiu o exemplo. A raça se tornou tão querida ao redor do mundo, especialmente após o fim da Segunda Guerra Mundial, que em 1991 o Labrador Retriever foi considerado o cachorro mais popular do mundo, segundo registros do AKC. Curiosamente, pouco mais de 100 anos após a raça ter sido extinta de sua terra de origem.
Curiosidades sobre o Labrador Retriever
Pet presidencial: o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, teve uma fêmea de Labrador Chocolate, chamada Buddy. Buddy foi o primeiro Labrador a viver na Casa Branca, em 1997. O animal acabou sendo morto por um carro em 2002.
A ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, também tem cães de estimação da raça Labrador, entre eles o cachorro Nego, Boni, Galego e Princesa. Nego foi sacrificado em 2016 em decorrência de uma doença degenerativa.
Vai longe: um cachorro Labrador, no auge da forma física, pode pular até 8 metros de distância. Além disso, eles podem correr a até 20 km/h.
Jus ao nome: o Labrador é uma das raças mais utilizadas como cães de serviço, por serem muito inteligentes, dóceis e adaptáveis, eles são muito queridos para atuar como cães de apoio emocional, assistência, cão guia, farejadores de bombas e drogas, cães de busca, entre outras.
Perfeitos para a natação: além das membranas nas patas, a cauda do Labrador é semelhante a de uma lontra, o que ajuda a nadar com mais velocidade. A estrutura corporal e até a oleosidade dos pelos ajudam a flutuar e a secar mais rápido.
Tricolor: existem três cores diferentes para a raça, o amarelo, o preto e o marrom (mais conhecido como Labrador Chocolate). As três cores diferentes podem nascer em uma mesma ninhada.
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O caminho até aqui: após a migração, os criadores ingleses aprimoraram as características da raça cruzando com cães como Pointer, Setter, Spaniel e outros perdigueiros.
A fama no cinema: a popularidade da raça se tornou ainda maior entre o público geral após o lançamento do filme “Marley & Eu”, de 2008, protagonizado por Owen Wilson e Jennifer Aniston.
A personalidade do Labrador Retriever
Um cachorro muito dócil, gentil e inteligente. Sendo um cachorro fácil de adestrar, não demorará muito a aprender novos truques, especialmente se treinados desde cedo e com paciência e dedicação do tutor ou adestrador.
Um pet de boa convivência com crianças e outros animais de estimação é perfeito para famílias grandes e que vivam em ambientes com mais espaço, pois gostam de realizar atividades físicas, como a natação.
O tutor de um Labrador precisa dedicar ao menos uma parte do dia para fazer atividades estimulantes com o cachorro, pois um Labrador ocioso pode encontrar um jeito próprio para se distrair e os móveis da casa podem ser os escolhidos.
A personalidade gentil e dócil, quando bem treinado, faz do Labrador um dos cães preferidos para o auxilio de pessoas com necessidades especiais.
Higiene e saúde
O Labrador tem pelos curtos e volumosos, com quedas recorrentes, especialmente em épocas de maior calor. As escovações precisam ser diárias, para a remoção dos fios mortos e melhor saúde dos pelos.
Os banhos podem ser dados apenas a cada dois meses, ou caso o pet brinque em algum local que o deixe com os pelos muito sujos. Tutores com piscina em casa, caso o pet seja adepto da natação, deve dar um banho com água limpa para retirar os resíduos de cloro dos pelos do animal.
Por serem cães que gostam muito de atividades aquáticas, os cuidados com a região dos ouvidos também requerem cuidados mais atentos, especialmente após mergulhos. É importante pedir a orientação de um médico veterinário para realizar a melhor limpeza das orelhas do pet, importante para evitar problemas como a otite.
Problemas com obesidade também são comuns entre os cães da raça, por isso é importante uma alimentação balanceada e nutritiva, assim como atividades físicas. O sobrepeso pode também agravar problemas como a displasia de quadril e cotovelo, levando até a artrite.
A atrofia progressiva da retina e catarata também podem afetar esses cães, principalmente os idosos. Para prevenir eventuais problemas de saúde, é fundamental que os tutores levem os animais de estimação para consultas regulares ao médico veterinário.