Sarah Sleime, voluntária na SPCA, sigla da Sociedade da Grande Charlotte para a Prevenção da Crueldade aos Animais, estava visitando um abrigo administrado pelo Charlotte Mecklenburg Animal Care & Control (CMACC), na Carolina do Norte. Era um dia comum em que ela caminhava pelo local, até que uma cena chamou sua atenção: uma cachorra chorando.
A voluntária, então, se abaixou e começou a conversar com a pitbull que estava sentada. Percebeu que ela havia acabado de dar cria e que, ao seu lado, não havia nenhum filhote. O mais atípico para Sarah foi começar a dizer palavras confortantes ao animal e perceber que ele estava ficando com o olho cheio de água, de forma muito semelhante às lágrimas humanas. "Foi o mais louco de tudo", disse Sleime ao site TheDodo. Afinal, a cachorra chorando
era o retrato de alguém chateado, amedrontado e sem esperanças.
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"Os trabalhadores do abrigo acreditam que ela estava confinada e foi usada como uma máquina de reprodução", disse a voluntária. "Ela obviamente teve muitas e muitas ninhadas", completa em entrevista ao site. Os integrantes do abrigo, que deram a pitbull o nome de Canela, não podiam fazer muito. Então, Sarah filmou a cachorra e postou em seu facebook e, só no primeiro dia, a publicação teve cerca de 700.000 visualizações.
Todos ficaram encantados com a graça e a sensibilidade de Canela e inúmeras pessoas enviaram mensagens com o intuito de adotar a cachorra. Por fim , quem de fato a acolheu, foi Meghan Shelton, amiga de Sarah. Shelton mostrou o vídeo aos filhos e ao marido e todos choraram. Juntos combinaram que, no dia seguinte, iriam conhecê-la pessoalmente.
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Quando chegaram ao canil, encontraram diversas pessoas que estavam lá pelo mesmo motivo: conhecer a cahorra. Por sorte, eles eram os primeiros da fila e foi amor à primeira vista. “Ela era super doce”, comentou Meghan. “Eles a levaram a uma sala para se encontrar conosco, e nós apenas a deixamos relaxar. Meus filhos estavam no chão, ela sentou ao lado deles e os encheu de beijos”, disse Shelton ao The Dodo.
Não havia mais dúvidas e Meghan, então, preencheu a papelada. Eles sabiam que a cadela era especial e que o lar da família, a partir daquele dia, também seria o lar da pitbull, que ganhou o nome de Rosie. Shelton já possuía outro cachorro, um macho de 3 anos da mesma raça, chamado Blu. Inicialmente Rosie foi levada para casa e não entrou em contato com o cão, até que um dia ambos se perceberam e a reação foi surpreendente.
“Rosie começou a gemer pela porta, eu percebi que nosso cachorro estava no outro lado fazendo o mesmo", disse Meghan. "Então eu fiz as crianças colocá-la em uma coleira, e eu coloquei Blu em uma coleira também. Nós apenas os fizemos sair e nos encontrar. Foi interessante, afinal, você nunca sabe como vai ser. Eles simplesmente se sentaram um ao lado do outro com as caudas abanando”, disse em entrevista.
Segundo a família, os cães vivem em perfeita harmonia. Mesmo que Rosie esteja no lar há apenas alguns dias, aos poucos, ela vem demonstrando sua personalidade e surpreendendo à todos por ser uma cachorra extremamente mansa e carinhosa.
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A história de Rosie chama atenção para um acontecimento importante. Meghan percebeu que no dia em que a cachorra chorando foi adotada, o abrigo teve que sacrificar cerca de 30 animais. Isso acontece quando os donos não tem com quem deixá-los para viajar e optam por abandoná-los. O canil, então, fica superlotado e sem espaço ou recursos para mantê-los lá. A prática não é proibida nos Estados Unidos.