Os animais em situação de rua são um problema em muitas cidades do mundo. Só no Brasil o número de bichinhos abandonados supera os 30 milhões. Na Rússia, país que sediou a Copa do Mundo de 2018, a situação não era diferente. Por isso, antes do início da competição, as autoridades do país decidiram acabar com os cachorros de rua e deram início a uma matança.
O ato de "limpar" as ruas, como as autoridades o chamaram, tinha a intenção de "deixar as cidades mais agradáveis para os turistas". Isso se tornou uma polêmica de extensão mundial e causou embates entre governo e ativistas russos que tentavam proteger os cachorros de rua do país.
Leia também: As pinturas de rua russas em homenagem à Copa são bem diferentes das brasileiras
Em resposta, foi anunciada a construção de abrigos. Mesmo assim, ativistas alegaram que os espaços não eram suficientes para a quantidade de animais em situação de rua. De acordo com Helena Ivanova-Werchovskaya, em entrevista à imprensa local, "os cachorros seriam recolhidos, esterilizados, abrigados e, depois da Copa do Mundo , de novo soltos. Os animais eram registrados nos abrigos, mas o número de vagas era limitado, todos estavam superlotados. Ou seja, podiam recolher e abrigar os animais, só que não havia mais lugar nos abrigos. Soltá-los de novo era proibido. Assim, com o uso dos mais variados pretextos, os animais acabavam sendo mortos".
Leia também: Barbara Gerneza ensina algumas expressões do futebol em russo
Barbara Gerneza, jornalista russa e correspondente do IG na Copa do Mundo, confirma o desaparecimento dos animais em situação de rua. Durante a competição ela viu poucos andando por Moscou, inclusive se surpreendeu quando encontrou um nos arredores do estádo Luzhniki. Ela conta um pouco sobre isso em vídeo, assita.
Agora, com o final da Copa do Mundo, o esperado é que esses cachorros de rua reapareçam, já que a proposta era abrigá-los apenas durante a competição. Porém, ao que tudo indica, por enquanto, as ruas de Moscou e de outras cidade russas que receberam jogos do mundial não terão mais seus velhos e conhecidos moradores.