Uma questão comum do dia a dia e da qual não há como fugir, obviamente, também vale para os animais de estimação: a flatulência ou, como é carinhosamente conhecido, o peido. Muitos tutores que criam os cães no quintal podem nunca ter notado o momento de alívio do próprio pet, mas aquelas que criam os cachorros dentro de casa provavelmente já tiveram um momento em que permanecer no mesmo cômodo que o pet tenha sido intolerável.
Assim como qualquer outro animal, incluindo os seres humanos, um cachorro peidar é perfeitamente normal e pode ser daqueles silenciosos ou barulhentos e também sem cheiro ou daqueles difíceis de aguentar. Porém, algumas questões também devem ser levadas em conta.
As flatulências são causadas por um acúmulo de gases no trato intestinal e no cólon. O gás pode se formar no sistema digestivo do animal por diversos fatores, como comer rápido demais ou engolir muito ar enquanto se alimenta, o que é mais comum em raças de cães braquicefálicas – de focinho curto – que têm mais dificuldade para respirar enquanto comem e tendem a engolir muito ar. Muitas vezes, esse ar é expelido em forma de pum.
Uma dica dada é, se possível, que o tutor dê o alimento aos poucos para o animal, ou coloque uma tigela menor dentro de outra maior e distribua o alimento entre elas, ou mesmo coloque uma bolinha junto com a ração, para que o pet tenha que desviar a bolinha para comer, comendo mais lentamente por consequência.
O que o excesso pode indicar
Um cão que engole muito ar pode também estar relacionado ao fato do pet estar mastigando objetos estranhos ou comendo algo estragado, o tutor deve ficar atento a mudanças de comportamento que possam indicar sinais de cólica e dores intestinais.
O mais comum é que o excesso de gases esteja relacionado a algum problema alimentar, porém também pode indicar outras questões mais sérias – quando a intolerância alimentar não for mais uma opção, como problemas no sistema digestivo, desde um problema gastrointestinal ou uma doença inflamatória intestinal.
Apesar de ser algo normal, se em quantidade excessiva ou acompanhado de outros sintomas, como ruídos intestinais, gases com odores muito fortes, diarreia, retenção de fezes e vômitos, apatia e falta de apetite. É sempre fundamental que o tutor busque ajuda de um especialista e relate qualquer mudança repentina no comportamento do animal, que possam indicar sinais de problema.
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Estudos sobre a flatulência
Uma pesquisa realizada pela Waltham Center for Pet Nutrition, no Reino Unido, já buscou entender o que leva alguns cães a peidarem tanto e como reduzir o mau cheiro. Desenvolvendo um colete com um sensor capaz de medir a quantidade de sulfureto de hidrogênio, principal gás responsável pelo mau cheiro, que é liberado pelo cachorro.
O estudo visava identificar quais alimentos podem ser incluídos ou retirados da dieta do animal, para diminuir o cheiro desagradável. Entre algumas substâncias identificadas que podem ser misturadas no petisco ou na ração são o carvão ativado, acetato de zinco e Yucca Schidigera (uma espécie de mandioca).
Veterinários também indicam que os animais podem ser intolerantes a alguns alimentos, o que pode aumentar o número de flatulências – e deixar o cheiro bem pior, especialmente para aqueles em que o tutor não resiste ao dividir o que estiver comendo, ou que acabam revirando o lixo. Entre esses alimentos estão:
- Derivados de soja
- Ervilhas
- Feijões
- Derivados do leite
- Alimentos ricos em gordura
- Alimentos açucarados
- Alimentos picantes
- Frutas
Rações e petiscos de baixa qualidade também podem ser fatores responsáveis pelo aumento nas flatulências dos cães. Caso o tutor note que algum alimento está prejudicando o cachorro, pode ir retirando aos poucos para ver se é de fato o causador do problema.
Especialistas também alertam sobre alimentos hipoalergênicos, pois, mesmo que sejam reconhecidos por conter substâncias que não causam alergias, o animal ainda pode ter alergia a algum ingrediente que compõe determinado alimento.
Alguns alimentos com probióticos também são úteis para a melhor digestão, além de ajudar a melhorar a saúde do animal. Antes de incluir qualquer alimento novo à dieta do pet, o tutor deve procurar orientação de um médico veterinário de confiança.