Existe um padrão nos problemas de saúde apresentados por cada raça de cachorro. A explicação para isso é a baixa variação genética desses animais. Outro ponto de influência pode ser o processo de criação das raças - inúmeros cruzamentos selecionados e planejados para conseguir a característica desejada.
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Dessa forma, se você tem um cachorro de determinada raça, é importante saber quais são os problemas de saúde que ele tem maior probabilidade de apresentar. Tal conhecimento pode ajudar no diagnóstico precoce de doenças ou na prevenção delas.
Confira as doenças mais recorrentes em algumas das raças mais populares no Brasil.
Pug
Uma das principais características do Pug, o focinho achatado, é resultado de um processo de criação da raça. Porém, o focinho curto está ligado ao encurtamento da traqueia, que influencia na respiração, assim, problemas respiratórios são comuns na raça.
Os Pugs também estão mais suscetíveis ao aumento da temperatura corporal, conhecido como hipertermia. Isso também é resultado do encurtamento da traqueia que dificulta o esfriamento total do ar até que ele chegue aos pulmões.
Por terem os olhos saltados, problemas oculares também são recorrentes nesses cachorros. As doenças mais comuns observadas na região dos olhos dos cães são olho seco e úlcera de córnea.
Potanto, se você tem um Pug, fique atento a respiração dele e não o force a praticar muito exercício. Em dias quentes, ajude seu cão a regular a temperatura corporal - ofereça água gelada, tapete gelado e um ambiente arejado. Limpe os olhos dele diariamente e fique atento a qualquer alteração ocular que ele possa apresentar.
Dachshund
Popularmente conhecido como "salsichinha", esse cão possui o corpo longo e as patas curtas. Essas características são responsáveis pelos principais problemas apresentado pelo cachorro: os de coluna (lesões, hérnias de disco e até paralisias).
A obesidade também pode atingir os exemplares de Dachshund, já que eles amam comer. O execesso de peso pode aumentar a probabilidade ou piorar as doenças de coluna.
As formas de prevenção são evitar que o bichinho suba em sofás ou escadas com frequência, para não forçar a coluna. Regular a alimentação de acordo com o estilo de vida do cão também pode ajudar.
Golden Retriever
A raça apresenta problemas comuns aos cães de grande porte: a displasia coxofemoral - causada pelo encaixe deficiente do fêmur à articulação do quadril - e luxação da patela. A condição geralmente é hereditária.
Apesar de menos recorrente, outro problema comum aos Goldens que deve ser levado em conta é a catarata, já que pode causar cegueira. Dermatite, coceiras e machucados na pele também são observados.
Para evitar a displasia coxofemoral, não deixe o animal andar em pisos lisos ou escorregadios, terrenos muito acidentados e pular de grandes alturas. No caso da catarata, observe os olhos dele e, se perceber qualquer mancha ou opacidade, leve ao veterinário. Já para a dermatite, evite que ele entre em contato com o que pode causar alergias (produtos de limpeza, por exemplo) e mantenha a higiene do pelo, escovando e dando banhos regulares.
Lulu da Pomerânia
O pequenino que ganha cada vez mais espaço nas casas brasileiras tende a apresentar problemas oculares, assim como outras raças de pelo longo e focinho achatado. Degeneração da retina, olho seco e catarata são os mais recorrentes.
Luxação da patela é outro problema para ficar atento. Cerca de 40% dos cães da raça convivem com o osso do joelho saindo do lugar, o que causa muita dor. Dependendo da gravidade, a patela pode ou não voltar para o lugar. Mesmo assim, o cão manca e fica com dificuldade para correr e pular.
Limpe os olhos do seu cachorro todo dia e, se perceber alguma alteração como excesso de remelas e opacidade do olho, leve o animal ao veterinário. Evite que o bichinho pule de grandes alturas ou ande em terrenos muito acidentados.
Beagle
A obesidade canina é muito comum nos Beagles. Muito ativos, os exemplares da raça que moram em apartamentos dificilmente fazem a quantidade de exercícios diários que realmente deveriam fazer, o que causa o sobrepeso. A diabetes é uma das doenças relacionadas a condição.
A epilepsia acontece com mais frequência nessa raça do que nas outros. A doença é um transtorno cerebral que causa fortes convulsões.
Controle a quantidade e a qualidade da alimentação que é oferecida para o animal. Se não é possível realizar passeios longos, estimule exercícios em casa por meio do enriquecimento ambiental. A epilepsia não tem cura, mas existe tratamento para controlá-la.
Rottweiler
Assim como o Golden Retriever, o Rottweiler é um cachorro de grande porte e sofre com problemas articulares. Displasia do cotovelo e artrite são os principais problemas observados nos exemplares da raça.
A hereditariedade pode trazer problemas cardíacos, como a má formação do coração.
Para evitar os problemas articulares, cuide do peso do animal, mantendo-o sempre dentro do indicado. Andar em terrenos acidentados e pular grandes alturas não é indicado. Em relação aos problemas cardíacos, o animal deve ser acompanhado por um veterinário especializado e de confiança.
Pastor Alemão
A raça sofre de problemas parecidos com os dos Golden Retriever e dos Rottwalers: a displasia coxofemoral . Porém, como o Pastor Alemão tem a parte do quadril mais baixa do que o dorso, o problema pode até ser mais grave e o cachorro perder a coordenação das patas traseiras.
O glaucoma também é uma doença comum. Se o seu Pastor Alemão está apresenta incômodo nos olhos, dor e fica coçando a região o tempo todo, leve-o ao veterinário.
Shih tsu
Doenças oculares e renais de origem hereditária são as mais comuns nessa raça. As oculares são úlcera de córnea, atrofia da retina e olho seco. As renais são má formação dos rins e pedras nos rins. O cachorro também pode sofrer com o deslocamento de patela.
Faça consultas de rotina com um veterinário de confiança para identificar possíveis problemas de saúde e poder tratá-los antes que alcancem estágios avançados. Problemas renais, por exemplo, podem ser contidos com uma boa alimentação natural.
Buldogue Francês
Esse cachorro também tem o focinho achatado, o que o faz apresentar problemas respiratórios parecidos com o de seu "primo" Pug. Tome muito cuidado para que seu Buldogue Francês não sofra com a hipertermia. A hemofilia, função anormal de plaquetas no sangue, também pode afetar esse animal, causando dificuldade de coagulação e hemorragia interna e externa.
Vale reforçar que os problemas de saúde citados acima são apenas os mais frequentes, ou seja, não significa que o seu cachorro não terá ou que não possa apresentar outra doença. Por isso, esteja sempre atento ao seu animal de estimação e se perceber qualquer coisa diferente, procure ajuda de um veterinário.