O câncer é uma doenças mais graves que atinge os seres vivos. Para nós humanos, na maioria dos casos, ela é fatal. Infelizmente, os animais também não estão livre dela. A Leucemia Felina está entre as enfermidades infecciosas mais graves e preocupantes que afeta os gatos. Ela causa 30% dos óbitos em bichanos com algum tipo de câncer.
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A Leucemia Felina é causada por um retrovírus que hospeda seu material genético no DNA do animal. Com essa nova "casa", o vírus consegue sobreviver e se multiplicar. Esse intruso vai começar a causar sérios problemas no organismo do bichano, como transformar as células normais em células cancerígenas malignas. Ele também é capaz de impedir a produção de glóbulos vermelhos pela medula óssea, levando a anemia.
O vírus da imunodeficiência felina (FIV), a AIDS dos gatos, é "irmão" do FELV (em inglês, sigla para Feline Leukimia Virus). Ambas causam o enfraquecimento do sistema imunológico, embora a primeira seja menos mortal. Essas doenças estão se tornando mais comuns entre os gatos, consequentemente levando ao aumento de pesquisas para buscar mais tratamento e, possivelmente, a cura.
No caso da Leucemia Felina, bichanos jovens são os mais propensos a contraírem a doença. Ao crescerem, o sistema imunológico vai se fortalecendo e ficando mais resistente. Por isso, adultos e filhotes mais velhos do que 16 semanas contraem com menor frequência a enfermidade.
Transmissão da doença
Diferente de como acontece entre os humanos, a Leucemia Felina é infectocontagiosa. A transmissão é bem simples, por isso ela é tão preocupante. Secreções nasais, urina, fezes, lágrimas e saliva são exemplos de meios de transmissão da doença. Se o bichano estiver infectado e entrar em contato com outro saudável, já o suficiente para contrair o vírus.
Gatas infectadas que engravidarem também podem comprometar a saúde de seus filhotes. O leite e/ou o parto são os meios em que a doença é transmitida. Boa parte dos gatinhos que contraem leucemia acabam falecendo, e os que sobrevivem passam a vida sofrendo com a enfermidade.
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A Leucemia Felina é divida em três categorias, de acordo com a gravidade e reação do felino a ela:
- Progressiva - também conhecida por "viremia persistente", o animal começa a apresentar os sintomas, pois o sistema imunológico foi infectado e não consegue resolver o problema. Com o tempo ele irá demonstrar as consequências da infecção.
- Regressiva - nesse caso, o gato é diagnosticado como portador da doença, mas ela não se alastra. Logo na fase inicial do contágio, o organismo dá um jeito de erradicar o vírus rapidamente. O bichano pode levar uma vida normal após esse processo. É também chamada de "viremia transitória".
- Latência - o felino contrai o vírus, ele consegue sair da corrente sanguínea e as vezes nem aparece nos exames. Porém, a doença fica armazenada na medula óssea do animal e pode causar diferentes tipos de problemas de saúde.
Sintomas causados pela FELV
Existem alguns sintomas que podem indicar a presença do vírus no sistema do felino. É bom ficar atento a qualquer mudança na saúde do animal e levá-lo rapidamente ao veterinário. Alguns dos sinais são:
- Anemia
- Depressão
- Diminuição do peso
- Anorexia
- Pressão de ventre ou diarreia
- Baixa resistência
- Gânglios linfáticos
- Dificuldades respitarórias
- Tumores
- Febres
- Abortos
- Problemas na gengiva
- Problemas estomacais
- Anormalidades na região dos olhos
- Alterações no comportamento
- Aumento de orgãos, como rins, baço e fígado
Apesar desses sintomas indicarem a presença do vírus FELV, não dá para ter certeza baseado em sinais visuais. Somente exames laboratoriais irão dar o diagnóstico correto da saúde do felino. Se você notar algum desses problemas no gato, levo-o imediatamente ao médico veterinário. Assim, ele irá detectar se o pet está com Leucemia Felina e indicar um tratamento.
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Vale reforçar que os exames precisam ser feitos mais de uma vez. Como existem três categorias da leucemia, é preciso identicar qual o gato possui. Em alguns casos, o bichano acaba eliminando a doença pouco tempo após a infecção ou então o vírus não é detectado, mas ele ficar armazenado na medula óssea. Não deixe de realizar todos os exames pedido pelo profissional, se não pode comprometer ainda mais a saúde do gato.
Infelizmente, os sinais não aparecem tão rápido após o contágio. Em muitos casos, a FELV não apresenta sintomas durante anos, aumentando a chance de propagação do vírus. Esse gato aparentemente saudável irá agir como agente transmissor da doença.
Tratamento da doença
A Leucemia Felina não possui cura. A única solução é realizar tratamento dos sintomas e principais problemas causados pela enfermidade. Em muitos casos, os veterinários podem indicar transfusões sanguíneas e sessões de quimioterapia. Ele também irá receitar remédios para aumentar o apetite e a imunidade do bichano.
Esse conjunto de ações apenas irá amenizar o sofrimento do animal e prolongar sua vida, mas não curar o problema. Se o tratamento for realizado corretamente, é possível que cause a remissão dos sintomas. Ele pode até começar aparentar uma melhora da saúde, mas o vírus continuará em seu organismo. É preciso ter cuidado para que o gato infectado não se torne um agente transmissor.
Em caso de óbito, a Leucemia Felina dificilmente é a causadora da morte. Ela ataca o sistema imunológico e o seu enfraquecimento leva a outras complicações. Por isso, normalmente, a causa do falecimento são doenças secundárias, que normalmente não são fatais, mas o sistema fraco leva a isso.
Como se previnir do vírus
A melhor forma de não contrair a Leucemia Felina é vacinando o gato. A primeira dose do medicamento é aplicado nos bichanos ainda filhotes, com cerca de 8 a 10 semanas, depois é preciso dar outra dose de reforço após três semanas, seguida de uma dose de reforço anual.
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A vacina é recomendada, principalmente, para gatos de rua, felinos que ficam fora ou dentro de casa e para os que podem ser expostos a outros gatos infectados. No caso de vários bichanos vivendo juntos e um deles foi infectado, a melhor solução é isolar o portador do vírus para não contaminar os outros.
A Leucemia Felina é a principal cauda de morte entre os gatos, por isso, é importante vaciná-lo. Os felinos são muito ativos e adoram passear fora de caso, então, a chance de contrairem a doença é alta, mesmo entre os mais caseiros. A vacina é uma forma de precaução e pode salvar a vida do animal.