Com acidente envolvendo um estudante de medicina veterinária e uma cobra da espécie naja, muitas pessoas estão em dúvida sobre quais serpentes são permitidas como pets no Brasil. No fim, a cobra revelou uma rede de tráfico de animais exóticos no país. 

Entramos em contato com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e fomos informados que todas as cobras não peçonhentas - ou seja, que não inoculam veneno - são permitidas como animal doméstico no Brasil

jiboia
Reprodução/ Shutterstock
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Porém, para ter a permissão de criar um pet exótico desses, é preciso entrar em contato com o órgão regulador de cada estado, que terá suas próprias normas para que esse animal seja adquirido e cuidado na sua casa. 

Vale lembrar a definição de animal exótico, que é todo espécime que não pertence à fauna nativa do país e, os silvestres, são os animais nativos e selvagens, como papagaios, araras, salamanta. 

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Camila Gregorutti Soares, médica veterinária especializada em animais exóticos da AmahVet, cita as espécies mais comuns de cobras que são tidas como animal de estimação:

  • Salamanta ou Jiboia-vermelha ( Epicrates cenchria cenchria );
  • Jiboia-constritora ( Boa constrictor );
  • Cobra do milho ( Pantherophis guttatus );
  • Píton ( Python regius ).

O biólogo da Cobasi, Tiago Calil, explica sobre os perigos - além do veneno - de criar cobras peçonhentas como pet, não só por ser uma atividade ilegal. "No caso da Naja e outras cobras exóticas que não se pode ter em cativeiro, o perigo é que soltas no ambiente elas são predadoras de espécies nativas, ao mesmo tempo que não têm predadores naturais na região, afetando o equilibrio do meio ambiente e, caso existir a possibilidade de reprodução, podem virar uma praga", finaliza.

As cobras venenosas só podem ser criadas - se nativas - por indústrias do ramo da saúde para fins farmacêuticos, como soros antiofídicos e remédios - um exemplo é a homeopatia, que tem um dos princípios ativos chamado Lachesis , gênero da famosa surucucu - e também para pesquisa, como no Instituto Butantan.


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