
Com a chegada antecipada do calor intenso, os pets também sentem os efeitos das altas temperaturas. A combinação de sol forte, umidade e ambientes quentes pode provocar desde desidratação e hipertermia até o aumento de casos de parasitas, como pulgas, carrapatos e o mosquito transmissor da leishmaniose.
De acordo com o médico-veterinário e diretor geral da Faculdade de Medicina Veterinária Qualittas, Francis Flosi, cães e gatos — especialmente os de pelagem escura, focinho curto e animais idosos — são os mais vulneráveis às ondas de calor.
“O aumento da temperatura corporal pode evoluir rapidamente para um quadro grave de hipertermia. Muitos responsáveis pelos animais não percebem os sinais iniciais de desconforto térmico, como respiração ofegante, letargia e recusa alimentar”, alerta.
Riscos do calor e desidratação
Para prevenir a desidratação e o superaquecimento, o especialista recomenda oferecer água fresca e limpa em vários pontos da casa, manter os pets em ambientes ventilados e sombreados e evitar passeios entre 10h e 16h, quando o asfalto e o piso estão mais quentes.
“O piso quente pode causar lesões severas nas almofadinhas das patas. Uma boa dica é testar o chão com o dorso da mão: se estiver quente para o tutor, também está quente para o pet”, orienta Flosi.
O veterinário destaca ainda que o cuidado com a hidratação e o conforto térmico deve ser reforçado nas próximas semanas, já que as ondas de calor estão começando mais cedo e com maior intensidade.
Parasitas e doenças aumentam no verão
Além dos riscos térmicos, o clima quente e úmido favorece a proliferação de pulgas, carrapatos e mosquitos, o que eleva o risco de doenças como a leishmaniose.
“Os parasitas se reproduzem rapidamente nessa época do ano, e o controle preventivo é a melhor estratégia”, explica Flosi.
Ele reforça a importância de manter o uso contínuo de antiparasitários sob orientação veterinária e o controle ambiental — manter quintais e jardins limpos, sem acúmulo de folhas úmidas ou matéria orgânica, ajuda a interromper o ciclo de reprodução dos vetores.
A leishmaniose, por exemplo, é uma doença grave que pode afetar tanto animais quanto humanos. Para prevenir, é indicado o uso de repelentes específicos e evitar passeios ao entardecer, período de maior atividade do mosquito transmissor.
Cuidados simples, impactos duradouros
Francis Flosi reforça que a conscientização dos tutores é fundamental para garantir um verão seguro e saudável para cães e gatos.
“O cuidado preventivo é sempre o melhor caminho. Medidas simples, quando adotadas com regularidade, fazem toda a diferença na saúde e no bem-estar dos animais”, conclui o especialista.