
Assim como os humanos, cães e gatos também sofrem com o estresse e os sinais, embora muitas vezes sutis, podem indicar que algo não vai bem com o bem-estar emocional do animal.
Mudanças de comportamento, apatia, lambedura excessiva e até alterações físicas são alguns dos indícios de que o pet pode estar precisando de ajuda.
De acordo com a veterinária Camila Ferreira Santoro, da Tudodvet, o primeiro passo é estar atento às pequenas mudanças do dia a dia.
“Quando um cão ou gato está estressado, a primeira manifestação que percebemos costuma estar relacionada a mudanças no seu comportamento habitual. Os cães podem ficar mais agitados, latir mais do que o comum, lamber as patas com frequência e urinar em locais inadequados. Já os gatos podem demonstrar o estresse se isolando, perdendo o apetite, se lambendo demais, urinando fora da caixa higiênica ou retendo fezes”, explica.
Cães e gatos reagem de formas diferentes
Enquanto os cães tendem a demonstrar o estresse de forma mais evidente, com agitação e comportamentos repetitivos, os gatos costumam manifestar o problema de modo mais sutil.
“Os sinais de estresse nos cães são mais evidentes e podem ser demonstrados por agitação, destruição de objetos e latidos excessivos. Já nos gatos, o estresse pode se manifestar através de um comportamento mais reservado: eles tendem a se esconder, perder o apetite, urinar fora da caixa higiênica ou reter fezes”, detalha Camila.
Estresse passageiro ou crônico?
Nem todo estresse é igual. Segundo a veterinária, há uma diferença importante entre reações pontuais e o estresse prolongado.
“O estresse passageiro é uma resposta fisiológica frente a situações pontuais, como durante a exposição ao barulho de fogos de artifício ou numa ida à clínica veterinária sem um preparo prévio adequado. Já o estresse crônico é aquele ao qual o animal está exposto durante um período constante e prolongado, como quando animais que moram juntos têm conflitos frequentes, ou quando há uma separação prolongada entre animal e tutor.”
Quando o corpo fala
O estresse pode afetar muito mais do que o comportamento, ele também se reflete na saúde física do pet.
“Queda de pelos, alterações de pele, emagrecimento, aumento da pressão arterial, doenças respiratórias, cistite (inflamação da bexiga), vômitos e diarreia são alguns exemplos de manifestações físicas do estresse em cães e gatos”, lista Camila.
Além disso, ela alerta que o estresse pode ser facilmente confundido com outras doenças.

“O estresse tem relação direta com a qualidade de vida dos animais e, quando apresenta caráter crônico, pode desencadear condições físicas e emocionais patológicas. As principais doenças resultam da imunossupressão, de alterações dermatológicas, cardiovasculares, gastrointestinais e urinárias, bem como de alterações de saúde mental e de comportamento.”
O que causa estresse nos pets?
De acordo com a especialista, há diversas situações cotidianas que podem ser gatilhos para o estresse.
“Barulhos muito altos como fogos de artifício e trovoadas, idas à clínica veterinária ou ao petshop sem um preparo prévio adequado, mudanças de rotina, introdução de uma nova pessoa ou um novo animal na residência, afastamento do tutor, privação de água e alimentação adequada e falta de interação e brincadeiras são algumas situações que podem desencadear estresse em cães e gatos.”
Como ajudar seu pet a relaxar
O segredo está na rotina. Camila reforça que pequenas atitudes diárias podem fazer toda a diferença.
“É muito importante manter os pets saudáveis, em local seguro, com acesso a água e alimentação de qualidade, oferecer estímulos físicos e mentais através de brincadeiras e dedicar a eles atenção de qualidade. Pequenas atitudes todos os dias, como reservar um tempinho para interagir com seu pet, fazem toda a diferença na vida emocional dele.”
Quando procurar ajuda profissional
Ignorar os sinais pode agravar o quadro. “Quando o tutor perceber alguma alteração de comportamento persistente, como apetite reduzido, isolamento, vocalização excessiva ou lambedura em excesso, é importante procurar ajuda de um médico veterinário. Assim deve ser feito se aparecerem sinais físicos como emagrecimento, perda de pelo, alterações de pele, vômito, diarreia ou sangue na urina”, orienta.
Tratamentos
A medicina veterinária conta com diferentes formas de auxiliar animais que sofrem de estresse crônico.

“Ela pode auxiliar orientando o tutor sobre o enriquecimento ambiental, com adaptações na residência que promovam um ambiente seguro e adequado às necessidades dos animais, proporcionando a eles a possibilidade de expressarem seu comportamento natural. Também pode atuar com terapias comportamentais e, se for o caso, com terapias farmacológicas, mas estas últimas não surtem efeito isoladamente”, explica Camila.
Ela ainda destaca que “somente o médico veterinário pode avaliar a necessidade e prescrever medicamentos para os pets”.
Aliada do bem-estar
Além do acompanhamento clínico, a veterinária lembra que as farmácias de manipulação veterinária são grandes aliadas no cuidado e bem-estar dos animais.
“Elas oferecem soluções personalizadas que auxiliam no controle do estresse, fortalecendo a imunidade e contribuindo para o melhor funcionamento do sistema gastrointestinal, sempre com orientação e acompanhamento do médico veterinário”, conclui.