
O engasgo em cães é considerado uma das situações mais perigosas dentro das clínicas veterinárias e, muitas vezes, ocorre de forma silenciosa.
O problema acontece quando há uma obstrução nas vias respiratórias, o que pode evoluir rapidamente para uma parada respiratória. Segundo a médica veterinária Fernanda Binati, em entrevista do iG Pet, os tutores precisam estar atentos.
“O animal pode apresentar dificuldade para respirar e, em casos graves, chegar a uma parada respiratória. O bloqueio das vias aéreas acontece rápido, e cada segundo conta”, alerta.
Sinais
De acordo com Fernanda, os sintomas de engasgo são relativamente claros, embora nem sempre reconhecidos imediatamente pelos tutores.
“A língua roxa, respiração difícil e taquicardia são sinais de alerta. Quando isso acontece, não dá para esperar: o tutor precisa agir com urgência.”
Alguns cães apresentam maior predisposição ao problema. Os braquicefálicos, com focinho curto, como pug e bulldog, e os cães de porte miniatura estão entre os mais vulneráveis.
“Esses pets exigem atenção redobrada, especialmente durante brincadeiras e alimentação”, reforça a veterinária.
O que costuma provocar os engasgos?
Segundo a especialista, os casos mais comuns estão relacionados ao consumo de petiscos em formato de ossinhos e brinquedos cilíndricos ou em formato de palito. O tamanho inadequado aumenta ainda mais o risco.
“Quanto menor o objeto, maior a chance de se alojar na traqueia do animal”, explica.

Por isso, Fernanda recomenda que brinquedos ou petiscos nunca sejam oferecidos sem supervisão. Ela ainda orienta que, em caso de engasgo, a primeira ação deve ser buscar atendimento veterinário imediato.
“A manobra deve ser realizada da maneira correta, dependendo de onde o objeto está preso. Em alguns casos, a manobra de Heimlich pode até piorar a situação se feita sem conhecimento técnico”, explica.
Ela também faz um alerta sobre atitudes que podem agravar o quadro.
“Não ofereça água nem comida, e jamais tente retirar o objeto com a mão. Isso pode empurrar ainda mais e complicar a situação.”
Mesmo que o animal aparente estar bem após o engasgo, a recomendação é levá-lo ao veterinário.
“Pode haver lesões internas ou até restos do objeto nas vias respiratórias. Por isso, a consulta veterinária é indispensável”, afirma.
Prevenção
Ainda não existem treinamentos acessíveis ao público leigo para lidar com esse tipo de ocorrência, apenas cursos de auxiliar veterinário ou de medicina veterinária abordam o tema. Diante disso, a prevenção se torna o melhor caminho.
“Esteja sempre atento durante a alimentação do seu pet, escolha bem os petiscos e redobre o cuidado com filhotes. Eles são curiosos e tentam comer qualquer coisa”, finaliza a veterinária.