A rotina da estudante Giordanna Martins Bononi, de 21 anos, é acompanhada de perto por um parceiro inseparável: Apolo, seu cão de assistência. Aluna do curso de Terapia Ocupacional na PUC-Campinas, ela é autista e encontrou no adestramento uma ferramenta de autonomia — para si e para outras pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Diagnosticada com TEA na adolescência, Giordanna teve sua vida transformada. Aos 15 anos, passou a estudar adestramento de cães, buscando entender como um animal treinado poderia auxiliar em sua rotina. Desde então, se especializou na área e atua há três anos como adestradora.
“No início, comecei a treinar meu pastor-belga para a função, mas ele foi atacado por outro cão em 2021 e precisou ser aposentado. Foi aí que o Apolo entrou na minha vida”, conta. O golden retriever foi escolhido por ela aos três meses de idade e passou por um rigoroso processo de treinamento por dois anos até estar pronto para cumprir sua missão.
Hoje com 3 anos, Apolo acompanha Giordanna em todos os lugares: da sala de aula ao supermercado, passando por farmácias, bares e até shows. Mais do que um cão de suporte emocional, ele é um cão de assistência — treinado para identificar e agir diante de crises relacionadas ao autismo e também episódios de hipoglicemia.
“Ele não está comigo apenas para me acalmar com a presença. Ele executa tarefas específicas que me ajudam a lidar com a minha condição. É um trabalho sério, com base em treinamento, paciência e técnica”, explica.
Além de contar com o apoio de Apolo, Giordanna também ajuda outras pessoas: ela treina cães para atuar como assistência emocional ou funcional em casos de autismo, epilepsia, entre outras condições. “Ver o impacto positivo que um cão pode ter na vida de alguém é o que me move. E ter passado por isso na pele me dá ainda mais motivação para continuar”, afirma.