Cão herói de Brumadinho, Thor morre aos 12 anos
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Cão herói de Brumadinho, Thor morre aos 12 anos

Thor, o labrador que se tornou símbolo de coragem e dedicação durante as operações de resgate após a tragédia de Brumadinho (MG), em janeiro de 2019, faleceu aos 12 anos. Integrante da equipe do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), o cão foi essencial nas buscas por sobreviventes e vítimas do desastre, que deixou mais de 270 mortos.

Durante dias, Thor trabalhou incansavelmente em meio aos escombros, usando seu faro apurado para auxiliar as equipes de resgate. Sua atuação foi fundamental em um dos piores desastres ambientais do país, marcando a história das operações de busca e salvamento.


Aposentado há cinco anos, Thor foi adotado por uma família que lhe proporcionou uma vida tranquila após oito anos de serviços prestados. A causa de sua morte não foi divulgada.

Em nota, o CBMDF homenageou o animal, destacando seu legado: "Entre escombros, ele correu sem medo, guiado pelo faro e por seus condutores. Salvou vidas, deu esperança onde só havia dor. E, já idoso, aposentou-se com a dignidade de um verdadeiro herói."

No dia 25 de janeiro de 2019, o rompimento da barragem de rejeitos da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), marcou a história do país como o acidente laboral com o maior número de vítimas fatais e o segundo maior desastre industrial do século XXI. Controlada pela Vale S.A., a estrutura, embora classificada como de "baixo risco" pela empresa, possuía um "alto potencial de danos", conforme documentos oficiais. Localizada no ribeirão Ferro-Carvão, a barragem armazenava resíduos da extração de minério de ferro e seu colapso gerou consequências catastróficas.

O incidente não apenas se tornou uma das maiores tragédias ambientais da mineração brasileira — superado apenas pelo desastre de Mariana (2015) —, mas também uma crise humanitária de proporções devastadoras. Segundo dados oficiais, 272 pessoas perderam a vida. Quase quatro anos após o ocorrido, em dezembro de 2022, 267 corpos haviam sido identificados, enquanto três permaneciam desaparecidos. Em fevereiro de 2025, novas buscas conduzidas pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais resultaram na localização de restos mortais, incluindo um fêmur com prótese. Na mesma data, a Polícia Civil identificou mais uma vítima: Maria de Lurdes da Costa Bueno, de 59 anos. Duas pessoas continuam desaparecidas.

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