
Milhões de joaninhas se reuniram ao redor do Monte Gambier, no sul da Austrália, nos últimos dias. A seca intensa, aliada às temperaturas mais baixas, favoreceu a proliferação dos insetos, que buscam abrigo e alimento na região. Especialistas explicam que o fenômeno está ligado ao aumento de pulgões, principal fonte de alimento das joaninhas.
As imagens do fenômeno foram captadas pelo fotógrafo Darren Archibald no fim de semana. As fotos mostram postes, plantas e até o chão cobertos por camadas de joaninhas. Segundo ele, algumas áreas estavam com até cinco centímetros de insetos empilhados.
“Há tantos deles que o chão está coberto”, relatou Archibald à ABC South East SA . “Eu diria que um pedaço ao redor do chão tem provavelmente de 2,5 a 5 cm de espessura em algumas partes com eles.”
Michael Bleby, com 40 anos de experiência na indústria florestal da região, afirmou que a seca enfraqueceu os pinheiros locais. Isso facilita a ação de pulgões, que atacam as árvores. Com o aumento dos pulgões, as joaninhas surgem em maior número como predadoras naturais.
“O número deles aumentou, então os predadores daquele pulgão — as joaninhas — também aumentaram”, explicou Bleby. Ele lembra de outros surtos durante a carreira: “Você ficava meio que coberto de joaninhas.”

As joaninhas se concentram nos arredores de plantações de pinheiros, como as do tipo radiata, predominantes na região. Esses insetos ajudam a controlar a praga, o que beneficia tanto a vegetação quanto os jardins residenciais próximos.
Kris Messenger, ecologista de invertebrados, explicou à ABC South East SA que a espécie avistada é a joaninha-malhada comum, nativa da Austrália. “Ele come principalmente coisas como pulgões”, afirmou. “Se estiver em Mount Gambier, provavelmente não terá muitos problemas com pulgões.”
Segundo Messenger, esses aglomerados também servem como preparação para o inverno. As joaninhas usam feromônios para atrair outras ao mesmo ponto, onde permanecem protegidas do frio.
Elas se mostram atraídas por superfícies claras e estruturas como postes de concreto. “Você os encontrará no meio do inverno por todo o Monte Gambier”, disse a ecologista. A recomendação é que moradores acolham o fenômeno como aliado contra pragas.